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Excelência Operacional gera competitividade e satisfação profissional

 

Catarinense ZEN conquista 2º lugar em evento global sobre Kaizen e CEO compartilha com o blog resultados adicionais das melhores práticas em Excelência Operacional

Com os resultados do Sistema de Manufatura ZEN, projeto de Melhoria Contínua implantado a partir de 2012, a fabricante de componentes automotivos sediada em Brusque conquistou o segundo lugar no evento Global Kaizen Award, promovido pelo Kaizen Institute, na Itália, em novembro. Em cinco anos, o Custo de Não Qualidade (CNQ) teve redução de mais de 80%, o tempo que uma peça leva para passar por todos os processos até ser enviada ao cliente foi reduzido em 75% e a produtividade cresceu 30%.

Gilberto Heinzelmann, CEO da empresa, compartilha nesta entrevista exclusiva ao blog Expogestão os principais benefícios proporcionados pela metodologia para a competitividade da empresa e a satisfação profissional de seus funcionários.

O Kaizen é um modelo gerencial que surgiu com a experiência da Toyota após a segunda guerra mundial. Trouxe para o universo empresarial (não apenas indústrias, mas todo tipo de organização) um conceito de excelência operacional, melhoria contínua e redução de desperdício, com o objetivo de fazer certo da primeira vez.

“Estamos colhendo os frutos deste intenso trabalho de melhoria contínua realizado há oito anos”, comentou Heinzelmann, referindo-se tanto à indicação da empresa para representar o Brasil no evento global quanto à conquista do segundo lugar, em uma disputa que envolveu mais de 200 empresas de países como Alemanha, Itália, Portugal, Holanda, Polônia e Espanha.

De acordo com Heinzelmann, a opção pelo Kaizen é fundamental para uma empresa como a ZEN – inserida no segmento automotivo, um dos mais competitivos entre os produtores globais – e que tem mais de 50% de seu faturamento oriundo da exportação para todos os continentes. “Esta metodologia nos ajuda a manter a competitividade não apenas nos processos fabris; trouxemos a Excelência Operacional para todo o negócio, incluindo áreas como Administração, Contabilidade, Finanças e Recursos Humanos”, destaca o CEO.

Os benefícios se traduzem não apenas na Competitividade. “Para obter a Excelência Operacional é preciso implantar o trabalho padronizado e treinar o operador dentro do padrão. Isso também proporciona segurança. Se em 2012, quando começamos este projeto, tivemos 49 acidentes com afastamento, nos últimos dois anos atingimos a marca de mais de 440 dias sem acidentes com afastamento. A padronização, junto com outras ações, como investimento em equipamentos e treinamento, acabou por trazer uma condição mais segura e um ambiente de trabalho melhor para todos”, enfatiza.

O CEO da ZEN destaca que tudo isso também interfere de maneira positiva na motivação da equipe. “Quando a organização deixa claro o que deseja, as pessoas trabalham de maneira mais inteligente, conseguem atingir metas e objetivos e isto é muito motivador”.

Heinzelmann destaca que, nos anos desde 2016 a empresa vem sendo inserida no ranking das 150 Melhores Empresas para se Trabalhar da revista Você S/A. “O Kaizen faz parte do processo evolutivo da ZEN. Quando se busca a excelência todos ganham – trabalhador na satisfação do seu trabalho bem feito e com o menor esforço possível e a empresa, que não gasta além do necessário e mantém relevância no mercado”.

Excelência Operacional x Inovação

Num universo em que a necessidade de transformação é uma constante, uma pergunta que se coloca é como inovar em um ambiente pautado pela eficiência.

Segundo Heinzelmann, “Excelência Operacional e Inovação não são antagônicos, mas o espaço para errar, próprio dos modelos de inovação, precisa ficar contido dentro da organização, de forma controlada, sem afetar a qualidade final da entrega ao mercado do produto ou serviço. No processo de execução de um produto ou serviço, para atingir um nível de excelência, o caminho precisa ser o do trabalho padronizado, dentro da melhor e mais otimizada forma, onde não há espaço para a criatividade”.

Ele exemplifica que, tanto o comprador de um carro quanto o paciente de um hospital, esperam que tudo esteja funcionando perfeitamente e não têm tolerância ao erro. “A inovação é importante para que empresas ofereçam produtos e serviços com melhor relação custo/benefício, mas precisa acontecer em um ambiente paralelo, com disciplina para que seja avaliada, testada e aprovada antes de ser inserida na operação. Não pode ser fruto de ações independentes e descoordenadas”, diz.

Além da possibilidade de criação de áreas ou comitês específicos para o desenvolvimento de novos produtos ou modelos de negócio, Gilberto Heinzelmann acredita na importância de motivar a equipe envolvida com a operação a realizar inovação incremental no fluxo produtivo e reconhecer os trabalhadores pelos resultados propostos.