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Um exemplo de inovação no ambiente industrial

“Nós olhamos as tendências de mercado e as novas tecnologias para aplicar nos nossos produtos e também olhamos para dentro da empresa, identificando o que é possível fazer diferente ou melhor. São estes dois olhares que levam às nossas inovações”, afirma Guilherme Bertani, presidente da Docol, uma das mais inovadoras empresas de metais sanitários do país, que completa 65 anos em agosto.

 

A empresa tem um conjunto de rotinas para que a inovação faça parte de seu dia a dia. Entre elas, existe a meta anual de que a equipe de inovação apresente um produto conceito todos os anos. “Foi do compromisso com esta meta que nasceu a linha Docol Ozônio, que reinventou o uso da água na cozinha para a higienização de alimentos”, conta Guilherme. Além de remover 75% dos agrotóxicos e neutralizar odores indesejados, em apenas 30 segundos em contato com a água, o produto teve sua eficácia comprovada contra vírus e bactérias, incluindo o Coronavírus, conforme artigo publicado na revista científica Ozone: Science & Engineering, de novembro de 2020.

 

“Nossos colaboradores partiram da necessidade de levar à cozinha das pessoas um produto tecnológico, sustentável e aliado à saúde. Fizeram uma pesquisa para descobrir como eram lavados os alimentos e acabaram identificando a possibilidade de utilização do ozônio. Foi feito então um grande trabalho de uso da tecnologia para chegar ao produto que temos hoje e para o qual o mercado depois descobriu mais uma utilização.”

 

A Docol também se destaca pela inovação no design de suas peças. “Acompanhando o mercado, identificamos uma grande valorização do design autoral e entendemos que a Docol poderia ser um espaço para viabilizar isso. Criamos o projeto Domos para promover a aproximação da indústria com arquitetos e designers brasileiros reconhecidos internacionalmente,” diz Guilherme.

 

Da concepção do projeto à prototipação do produto, o trabalho é uma via de mão dupla.  Desta parceria, surgiram produtos inovadores, como a linha Docol Play, com Angelo Bucci – que alia design com uso racional da água; ainda da mesma linha a bica de banho DocolPlay, com a proposta única no mercado de integrar a ducha ao chuveiro, e a linha Giro – de Gui Mattos – um monolito onde a própria bica funciona como mecanismo de abertura para se obter água.

 

Inovação alavancou o crescimento da empresa

A inovação na Docol é uma prática que vem de longe. Segundo Guilherme, a Docol era uma empresa bem pequena o mercado quando, na década de 70, resolveu investir mais no segmento de metais sanitários e trouxe uma novidade que a concorrência só conseguiu igualar quando a patente expirou: a válvula de descarga Docol, produto que alavancou a empresa, posicionando-a entre os grandes fabricantes de seu segmento de atuação.

 

Naquela época, a Docol também inovou em produtos com design diferenciado, criando acessórios que combinavam com os metais. E quando a sustentabilidade estava longe de ser um requisito valorizado pelos consumidores, a empresa lançou a linha DocolMatic, com torneiras de fechamento automático que aliavam design, qualidade, funcionalidade, economia de água e resistência ao vandalismo.  Depois vieram torneiras com tecnologia capacitiva – que percebem a aproximação das mãos, e linhas como a DocolPresence, com tecnologia de fechamento automático para uso residencial. A Docol é a única empresa na América Latina que desenvolveu tecnologia própria para esses tipos de produto.

 

Além de produtos diferenciados, a empresa tem uma tradição de investir fortemente na melhoria contínua de processos, com um arrojado Programa de Sugestões de Melhorias que estimula o empreendedorismo interno por parte dos colaboradores, que são recompensados pelos avanços que propõem. “A Docol participa de diversos movimentos de aceleração de startups. A partir deles, começamos a refletir que este processo interno que começou há muitos anos é um embrião dos movimentos atuais de estímulo ao empreendedorismo. O intuito é fazer com que as ideias de colaboradores possam virar negócios. As soluções de produtos e de gestão mostram que esta iniciativa é bastante exitosa. Sua grande fortaleza é provocar as pessoas de todos os níveis a ver a empresa com um olhar diferente, em busca de melhorias e inovações”, comenta Guilherme.

 

Em sua trajetória, a Docol recebeu diversos reconhecimentos – alguns internacionais. Mas conforme o presidente, “a grande satisfação que a empresa tem é ser reconhecida no mercado, ver os consumidores e revendedores dizendo que o produto tem mais qualidade e é diferenciado”. Ele ressalta que além de manter um olho no mercado, para fazer diferente o que faz hoje, e outro nas oportunidades internas de se aperfeiçoar, uma empresa que quer inovar também precisa investir. A Docol disponibiliza cerca de 3% de sua receita para inovação e, segundo Guilherme, “este número pode ser maior se houver projetos que justifiquem investir mais”.

 

O presidente da Docol chama atenção para as oportunidades de inovação que o segmento industrial oferece. “Olhando o cenário atual, sempre que se fala de inovação aparecem startups, mas a grande maioria focada na digitalização de processos. Acho isso um raciocínio que desperdiça o verdadeiro potencial da inovação, que pode ocorrer tanto no mundo digital, quanto no mundo físico do ambiente industrial”, conclui Guilherme.