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Sucesso tem a ver com hábitos

A pandemia do coronavírus vem mostrando como é bom mudar certos hábitos. “A Covid-19 acelerou paradigmas. Como será o mundo amanhã? Quais hábitos da quarentena serão mantidos? Quais nunca poderão ser retomados? As mudanças são tantas e tão rápidas, que precisamos agir como camaleões.” As questões, constatações e conclusões são do médico neurologista Fabiano Moulin, fechando a programação de palestras da Expogestão 2020.

Médico formado pela Universidade Federal do Espírito Santo, neurologista pela Universidade Federal de São Paulo, é médico assistente do Departamento de Neurologia da Universidade Federal de São Paulo, especialista em Neurologia Cognitiva e do Comportamento. Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia e Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo, é dos mais requisitados professores da Casa do Saber. Sua palestra, intitulada “Novos hábitos para novos tempos – Saúde mental e desempenho”, partiu da informação de que o cérebro, nosso potente aliado ao longo da vida, é o maestro de nosso organismo diante de situações complexas, imprevisíveis e estressantes. Para minimizar nosso desgaste mental, transforma tudo o que é regular em hábito, de modo a não termos de reaprender as mesmas coisas, todos os dias.

“Toda dificuldade na vida nos oferece uma oportunidade de olhar para dentro e invocar nossos recursos internos.” A frase do filósofo grego Epíteto é inspiração para Fabiano Moulin concluir: “Nossa educação é feita da cabeça pra fora. Ninguém nos ensinou a olhar para dentro. É no interior que descobrimos. O cérebro não é suficiente, mas é necessário”.

Outra citação, de Carl Jung, acende a faísca para falar de hábitos: “Até que transforme o inconsciente em consciente, ele direcionará sua vida, e você o chamará de destino”.

Os desafios da mudança

“Hábitos – agora o dr. Moulin falando – são uma genial ferramenta da natureza, respostas automáticas para problemas frequentes. Hábitos são uma belíssima maneira de liberar o cérebro para que minha consciência possa agir.” O que é o sucesso? – pergunta o médico. E responde: “Tudo tem a ver com hábito, de superar os desafios da mudança”.

E quais são esses desafios? “Muitas vezes tentamos mudar a coisa errada, mudar hábitos com a estratégia errada, confundindo metas com processos. Metas são apenas o resultado final. Hábitos às vezes não são o problema, os processos é que são.”

Um dos caminhos para usar a estratégia certa e os processos corretos é transformar a motivação externa em interna. Exemplo: “Quando meu filho chora de madrugada, eu me levanto pra agradar minha esposa? Não, meu desejo é ser um bom marido e bom pai, essa é minha motivação interna, provocada pelo choro do meu filho”.

Criação de hábitos tem quatro etapas: estímulo, desejo, comportamento e recompensa. “É um ciclo, que se alimenta de estímulos claros, desejos atraentes, comportamento fácil e recompensa satisfatória.”

Fabiano Moulin conclui com o exemplo da disputa “jogo finito x jogo infinito”. No primeiro, você joga de acordo com as regras, tem tempo estipulado etc. No infinito você joga o tempo todo, as regras mudam e sempre há novos desafios. Finito: “Quero correr 10 quilômetros”. Infinito: “Quero ser um corredor”. Para deixar um e optar pelo outro, é preciso mudar hábitos.