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Como tecnologias e comportamentos acelerarão mudanças após 2020

Ninguém mais duvida dos impactos das tecnologias no mundo dos negócios e na vida pessoal. Mesmo assim, empresas continuam tomando decisões estratégicas baseadas nos resultados do último trimestre e na intuição. Vincent Goetten, Fundador e Diretor-executivo do Totvs Labs, um dos braços de pesquisa e inovação da Totvs, falou sobre as principais tendências e comportamentos que dominam esse novo mundo. Vincent Goetten, após explicar um pouco sobre o trabalho e a metodologia da Totvs Lab, fez uma leitura do cenário atual.

A primeira tendência abordada pelo palestrante foi a computação distribuída ou computação nas pontas. Mostrou o exemplo de um veículo com sistema de computação capaz de identificar o momento correto de trocar de faixa, indicar se outro carro está se aproximando de forma perigosa etc. De forma autônoma, o automóvel faz os movimentos com segurança. E tudo isso sem depender de informações de um servidor externo. O exemplo usado serve para empresas que têm seus próprios data centers. E é extremamente importante que esses recursos locais sejam utilizados na estratégia da companhia. Uma forma de utilizar essa tecnologia é para ferramentas como o registro de entrada e saída de funcionários, o tradicional “cartão ponto”. Usando técnicas de deed learning um DNA de cada face é construído e aplicado à ferramenta de reconhecimento facial. Assim quando o funcionário entra na empresa o sistema capta sua imagem, o identifica e registra. É possível, também, realizar a batida de ponto solicitando que o usuário dê um número X de piscadas de olhos, garantindo mais confiança ao registro. Como não está em nuvem, pode ser aplicado em lugares remotos, sem acesso à internet. Esse é um sistema adotado por em torno de 150 grandes empresas. Isso não significa que a computação em nuvem não seja importante. Ela também continuará cada vez mais forte. Mas a computação nas pontas deve ser vista com muito mais atenção.

A segunda tendência é a inteligência artificial e o aprendizado da máquina. Com o machine learning é possível encontrar soluções para os mais diversos setores. Vincent exemplificou com um caso de cliente brasileiro da área de planos de saúde. Foi desenvolvida uma solução que utiliza o aprendizado de máquina para aprovar ou não um procedimento solicitado pelo cliente. Com a utilização de métricas determinadas, procedimentos de risco menor são validados automaticamente. Antes, essas solicitações passavam por vários profissionais, inclusive médicos auditores, e levavam semanas para a aprovação. Com isso, o plano consegue reduzir custo com profissionais envolvidos e gera maior satisfação dos clientes. Outro exemplo foi de um aplicativo capaz de identificar o tipo de doença ou praga que está atacando determinada planta apenas usando a câmera do smartphone.

O tema “dados e privacidade” foi outro abordado pelo palestrante. Boa parte do valor de muitas empresas está nos dados que armazena. Mas isso não é novidade. O componente diferente que chega é na legislação. As leis de proteção de dados estão cada vez mais abrangentes e rígidas. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados entrou em vigor dia 18 de setembro e no dia 30 do mesmo mês já foi aplicada a primeira multa para uma grande companhia. Diante disso, é fundamental que as empresas estejam preparadas. Uma das formas de lidar com a proteção de dados é a adoção de plataformas inteligentes, capazes de filtrar, gerenciar, rastrear, explorar, correlacionar e proteger os dados.

A hiper automação foi a quarta tendência explanada por Vincent Goetten. É a automação de tudo o que seja possível. Novamente usou exemplos desenvolvidos pela Totvs. Em um deles, o funcionário pode fazer requisição de férias direto em uma aba com interface com o sistema da companhia e o agendamento é feito direto pelo sistema, sem intervenção de ninguém.

Outra tendência em destaque é a operação de qualquer lugar ou anywhere operation. Para isso as corporações precisam dar atenção prioritária à equipe que está em operação remota, definindo estratégias de colaboração, produtividade, acesso seguro, infra estrutura da ponta, nuvem adequada, automação do suporte. Tudo isso é fundamental para que o trabalho remoto seja produtivo e eficiente. Esse foi um processo acelerado na pandemia e deve ficar cada vez mais forte.

A quinta grande tendência segue a linha de comportamento. Vincent destacou o bitcoin como estratégia de reserva, isso tanto para empresas como para países. Inclusive já se discute qual será o primeiro país a anunciar reservas em bitcoin.

Na sequência o palestrante falou sobre outra tendência que tem relação direta com o comportamento das pessoas. É a experiência para tudo. Experiência dos produtos, serviços, suportes. O nível de expectativa das pessoas aumentou muito na busca de suas experiências em tudo.

A última e não menos importante das grandes tendências é a busca por talentos. “Vivemos uma guerra mundial na busca por talentos”, explicou Vincent. É impressionante como empresas do mundo todo estão contratando pessoas no Brasil, até mesmo em cidades pequenas. E não é para mudar para outro país. Contratam para trabalhar da cidade onde ela está. Com isso, a retenção de talentos se torna algo crucial, pois a competição não é mais apenas com empresas do Brasil, é com companhias do mundo todo. Cuidar das pessoas não é apenas oferecer um bom retorno financeiro. Os talentos querem trabalhar em empresas com propósito.