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Transformação empresarial: o que buscam 93% das empresas?

Estudo realizado pela consultoria KPMG indica que 93% das empresas estão realizando algum tipo de iniciativa de transformação, visando melhorar a experiência dos clientes, modernizar o trabalho, gerenciar o impacto das externalidades e capturar valor com o ecossistema. Esta transformação foi abordada pelos especialistas André Coutinho e Dustin Pozzetti, da KPMG, durante a 9ª Jornada de Conhecimento Expogestão, realizada em outubro e que reuniu mais de uma centena de executivos na Praia Brava, em Itajaí/SC.

André Coutinho, líder de Advisory Brasil & América do Sul na KPMG, começou com uma informação sobre a própria KPMG: “São aproximadamente 60 soluções para um time de quase 3.000 pessoas em sete países e aproximadamente 200 sócios diferentes no negócio. É legal a gente fazer projetos ajudando na transformação do negócio, para os nossos clientes, mas a gente também passa pela transformação. As dores da economia são dores que também sentimos no dia a dia. Também precisamos cuidar das pessoas, colocar tecnologia, inteligência artificial nos negócios…”.

Há no mercado, diz Coutinho, uma ideia muito clara de que o formato de consultoria convencional, aquele em que o cliente pede o diagnóstico, pode ser executado de uma forma inovadora: “Ele quer muito mais. Um consultor que seja como ele, que apoie e trabalhe junto com ele, porque é alguém que aponta caminhos”. O modelo convencional tem sido cada vez mais questionado, porque as empresas se sentem mais confortáveis e também por causa dessas novas tecnologias.

Quais são os principais desafios dessa transformação? Coutinho responde: “Alinhamento de objetivos. Às vezes, dentro da própria organização a gente não consegue, há um alinhamento de divisão; imagine entre duas organizações. Os programas de transformação precisam trazer valor, o acionista quer maior rentabilidade das ações. Outro desafio é ter profissionais preparados, treinados, capacitados, que usem a tecnologia para trabalhar junto com os clientes”.

Tecnologia é outro ponto vital, segundo o consultor: “Há quatro anos, os serviços de consultoria da KPMG tinham por volta de 20% relacionados a temas de tecnologia. Hoje, não há nenhum trabalho de consultoria sem uso de tecnologia”.

Uma questão de cultura

Para Dustin Pozzetti, líder de Transformação de Negócios na KPMG, a transformação deve levar à captura de mais valor. Na pesquisa feita pela consultoria, divulgada durante o evento, constatou-se que o maior desafio é como obter o valor desses programas de transformação: 85% dos entrevistados indicaram que obtêm menos da metade desse valor que esperam. “Ou seja – conclui Pozzetti –, temos uma grande oportunidade de capturar mais valor desses programas de transformação, que puxam muita energia da organização.”

Um primeiro insight está relacionado a como trabalhar a questão cultural e o apoio da liderança. O segundo ponto se relaciona aos custos com tecnologia, as despesas e o retorno que essas tecnologias trazem ao negócio. Apenas 11% dos pesquisados relataram que o retorno é eficaz ou extremamente eficaz. “Observar esses insights é muito importante para que a gente capture mais eficiência nos programas de transformação”, aponta o especialista.

Ainda da pesquisa, 93% das empresas disseram que têm pelo menos um programa de transformação, algo que mexe com os processos, pessoas, tecnologia… “Isso a gente entende que é uma grande oportunidade. Tecnologia está disponível, todo mundo tem, não é barreira. A grande barreira é a cultura: 89% acreditam que um projeto bem sucedido depende de apoio incondicional de todos os líderes da organização. Só que, por outro lado, quem está participando diz que não tem um guia. ‘Eu te apoio, só que de acordo com algumas restrições’, dizem, já colocando determinadas demandas, barreiras. Apenas 23% de quem está à frente dos programas entendem que estão sendo recompensados nessa transformação.”

Transformar exige sair dos silos, olhar o negócio como um todo, e isso consome muita energia. E essa energia não está sendo recompensada, segundo os resultados da pesquisa. “As pessoas precisam se transformar, porque elas gostam de ser a mudança. A gestão de pessoas é a de transformação. Isso tem que estar no dia a dia de todas as organizações. Você precisa de gente que seja mais protagonista, que tenha excelência no desempenho, capacidade de comunicação”, conclui Pozzetti.