A logística de um gigante
Escolher um produto num catálogo do fabricante, pagar on line e receber o mais rápido possível. É o sonho de dez em cada compradores. Para realizá-lo, existem empresas como a Mercado Livre. E, para que a Mercado Livre execute bem a sua missão, depende de um elemento fundamental: a logística. “A Mercado Livre consolidou o entendimento de que a logística é um investimento de longo prazo e tem o papel de melhorar a experiência dos usuários”, diz Luiz Augusto Vergueiro, diretor de Logística da Mercado Livre para o Brasil, duas vezes eleito Profissional do E-commerce no país. Palestrante na ExpoGestão 2021, Vergueiro detalhou o funcionamento da empresa, um verdadeiro gigante da logística.
Fundado em 1999 em Buenos Aires por Marcos Galperin, o Mercado Livre é uma empresa especializada no comércio em geral, operando em 19 países. Lançado inicialmente no formato de negociações em leilões on line, o site foi posteriormente ampliado para possibilitar a venda e a compra de produtos das mais diversas categorias, tornando-se o serviço de e-commerce mais popular da América Latina e conquistando a marca de 35 milhões de usuários ativos em 2016 somente no Brasil.
“Inicialmente – recapitulou Vergueiro – entregávamos mercadorias somente pelo correio. Hoje, com uma grande eficiência logística, temos uma frota de aviões que nos permite chegar aos mais distantes pontos.”
A logística no centro da experiência de compra
Prazos de entrega mais curtos e precisos, ao menor custo. Esses dois pontos são os mais valorizados pelos compradores, variando de acordo com a localização: enquanto no Brasil a entrega mais rápida é o terceiro item em importância, na China a preocupação é menor. Mas o valor do frete é sempre o primeiro ponto considerado.
Até 2012, explica Luiz Vergueiro, o Mercado Livre operava mais na negociação venda a venda: esperar o produto ser entregue pelo fabricante e então despachá-lo ao comprador. Isso trazia desvantagens, como despadronização de tempos e custos, falta de previsibilidade e insegurança do comprador.
Vergueiro prossegue: “Surgiu o entendimento de que precisávamos evoluir nesse processo. Erguemos então dois pilares do plano estratégico. O pilar tecnológico: produtos e sistemas para suportar a operação, arquitetura e interfaces, recursos necessários, roadmap de desenvolvimento. E o operacional: elementos logísticos e seus papéis, definição da malha logística, objetivos de velocidade e custo de servir, estratégia de ativos, estratégia de pessoas”.
O primeiro modelo de estrutura logística desenvolvido pelo Mercado Livre foi o drop shipping: os Correios levavam quase todas as encomendas. Em 2017, eram 95% entregues dessa forma.
O segundo modal foi o cross docking: levar as mercadorias para galpões e diversificar a forma de entrega, utilizando outros transportadores, não necessariamente o Correio.
“E o terceiro, do qual eu cuido – acentua Vergueiro – é o fulfillment. Eu conecto vendedor e comprador, com a minha frota, a partir dos centros de distribuição.” Resultado: dos 95% de 2017, hoje somente 20% vão pelo Correio ou por transportadoras.
O maior centro de distribuição, dos oito em operação – mais um será inaugurado em 2022 – fica em Cajamar/SP, com 157.000 metros quadrados, 3.500 funcionários e mais de 4,5 milhões de unidades armazenadas, operando em mais de 100 rotas diárias diferentes.
Assim, de avanço em avanço, o Mercado Livre vai se consolidando como marca líder em logística na entrega de mercadorias na América Latina.
As palestras da ExpoGestão 2021 acontecem de forma online. O evento acorre até o dia 21 de outubro, por meio do site. A organização é da Ópera Eventos Corporativos.