
O Brasil perdeu a posição entre as dez maiores economias globais após registrar um crescimento de apenas 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deste ano. O desempenho abaixo das expectativas do mercado fez o país cair para a 11ª colocação no ranking divulgado pela Austin Rating, baseado em projeções atualizadas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A queda não reflete uma piora recente da economia brasileira, afirmam os economistas da Austin, mas se deve principalmente ao salto da Rússia na lista. O país euroasiático ultrapassou Canadá e Brasil impulsionado pela forte valorização do rublo, que supera 39% no acumulado do ano, resultado de medidas como controles de capitais, juros altos e maior confiança de investidores diante do cenário geopolítico no leste europeu.
No caso brasileiro, o real também se valorizou em 2025, e as estimativas de crescimento do PIB têm sido revisadas positivamente ao longo do ano. No entanto, isso não foi suficiente para impedir que o Canadá e a Rússia avançassem no ranking , e para que a Itália ampliasse sua vantagem. De acordo com a Austin Rating, a diferença entre Itália e Rússia hoje é de apenas US$ 3 bilhões, mostrando o quão acirrada está a disputa pelas primeiras posições.
Além do câmbio, o cenário internacional também interfere nessa conta. A moeda americana vem perdendo força com o ciclo de queda de juros nos Estados Unidos e a perspectiva de que esse movimento se acelere caso Kevin Hassett seja confirmado no comando do Federal Reserve em 2026. Essa dinâmica pode provocar novas reacomodações no ranking das maiores economias, sobretudo entre países emergentes como o Brasil.
O relatório também chama atenção para o desempenho do país em termos de crescimento trimestral. Com a expansão de 0,1% registrada entre julho e setembro, o Brasil aparece apenas na 34ª posição no ranking global. Nos destaques de crescimento estão economias como Israel (3%), Malásia (2,4%) e Cingapura (2,4%), enquanto Tailândia, Suíça e Japão lideram as retrações.
No estudo anterior da Austin Rating, referente ao início de 2025, o Brasil figurava entre os destaques positivos, com alta de 1,4% e a 5ª maior expansão do mundo. A mudança de posição evidencia uma desaceleração importante na economia nacional e acende um sinal de alerta sobre a necessidade de estímulos mais consistentes para que o país recupere fôlego e volte a disputar espaço entre as maiores potências globais.
FONTE: Gazeta do Povo