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CEOs abordam perspectivas e tendências de diversos segmentos para 2023

Quais são as perspectivas e as tendências em diferentes setores da economia para o ano de 2023? Para apresentar informações sobre este tema, a Jornada do Conhecimento ExpoGestão realizou três dinâmicas interativas com CEO’s de diferentes segmentos produtivos. Este encontro reuniu executivos das áreas Portuária, Energia, Tecnologia, Têxtil, Bens de Consumo Não Duráveis e Automotivo.

Quando se fala em Tecnologia, as principais tendências são o IoT, com diversos sensores sendo utilizados em fábricas e automóveis e a inteligência artificial, com a utilização de boots. A avaliação é de Carlênio Castelo Branco, CEO da Sênior Sistemas, desenvolvedora brasileira de softwares. “O IoT é uma tecnologia que veio para ficar e crescer. Ajuda a reduzir custos de fábrica e a fazer ação preventiva nos equipamentos. A inteligência artificial torna os sistemas mais assertivos e ajuda os empresários a tomar decisão, reduzir custos e a vender mais”, destaca Carlênio.

O empresário disse que o Metaverso ainda precisa se consolidar e destacou duas tendências de mercado que chamaram atenção durante sua participação no Web Summit, em Portugal: a necessidade das empresas aprenderem a lidar com a Geração Z (30% da população mundial), mostrando que ela tem oportunidade de fazer diferente na organização, e a importância crescente de se adotar a Economia Circular.

No segmento Têxtil, a principal questão para o mercado brasileiro é reduzir o ciclo entre a criação e a comercialização de uma coleção. “No Brasil a maioria das empresas ainda leva 6 meses para lançar uma coleção. Com isso a taxa de assertividade é baixíssima, com eficiência de 10 a 20%. Portugal cria e entrega uma coleção em 30 dias”, afirma Claudio Grando, CEO da Audaces Automação e Informática Industrial, referência mundial em inovação tecnológica para moda. Grando explicou que a velocidade do mundo torna a decisão de consumo mais rápida, disse que as indústrias de moda que têm as áreas de criação, vendas e produção alinhadas são mais bem sucedidas e que existe muita oportunidade para este setor no mercado interno e externo.

Atuando em um setor com tradição em gestão pública, mas que tem se desenvolvido e encaminhado na iniciativa privada, Cássio José Schreiner, CEO do Porto Itapoá, trouxe sua visão sobre o segmento Portuário no Brasil. O empreendimento é o quinto em movimentação de contêineres do Brasil e encontra-se em processo de expansão para duplicar sua capacidade até o final de 2023.

“O setor sofreu muito com a pandemia e no momento vemos a inflação aumentando e alguns locais com recessão, o que deve trazer reflexo para as indústrias no país. Mas o mercado voltará a ter crescimento e no segmento portuário são necessários no mínimo dois anos para adicionar capacidade. Temos que sentir a dinâmica do mercado e antecipar o investimento”, afirmou. Schreiner destacou também que houve avanços importantes na infraestrutura nacional no último governo e que a segurança jurídica é um item importante para atrair investimentos.

“A maneira das pessoas e empresas se relacionarem com Energia vem mudando muito e a partir de 2024 todas as empresas vão sair do mercado regulado”, afirmou Maury Garrett, Head de Marketing e Business Inteligence da Engie, multinacional francesa que atua há 25 anos no Brasil, é uma das maiores empresas de Santa Catarina e a maior geradora de energia 100% renovável. Garrett destaca que o planejamento energético requer tempo e por isso as vendas para 2024 já começaram. “Energia é um custo importante para a indústria e o mercado livre reduz o custo”, diz.

O setor Automotivo, que movimenta uma grande cadeia de fornecimento e representa uma fatia importante do PIB brasileiro, não vive um bom momento. Enquanto a previsão de crescimento era de 10% para este ano, 2022 deve fechar com uma queda de 2,2% nas vendas. Mas existem novas oportunidades, aponta Gilberto Heinzelman, CEO da Zen S.A., empresa fornecedora de componentes para montadoras e mercado de reposição no setor automotivo.

Heinzelman destaca que tem visto clientes globais repensando a dependência da cadeia produtiva asiática e fazendo consultas no mercado brasileiro. “Temos que pensar também que o mundo lá fora olha para o Brasil como a bola da vez. Como empresários, devemos fazer o melhor possível nestas circunstancias, como sempre fizemos em cenários adversos”, conclui.

Para o segmento de Bens de Consumo Não Duráveis, o próximo ciclo é propício para investimentos, acreditando no crescimento de um mercado que já apresentou número positivos nos anos anteriores. Alexandre Wiggers, Diretor-Presidente da Condor, fabricante de bens de consumo não duráveis, nos segmentos de limpeza, beleza, higiene e pintura, diz que a empresa vai investir em todas as categorias de produtos e vai trabalhar para aumentar a eficiência. “A produção local (em relação aos importados) vai se intensificar, existe um movimento nesta direção. Também é importante prestar atenção no atacarejo, um canal de vendas que cresceu muito e vai continuar crescendo”, diz.