
A Jornada de Conhecimento da ExpoGestão promoveu duas dinâmicas com CEOs que trouxeram expectativas, análises e apostas capazes de influenciar decisões estratégicas para os próximos anos. Uma delas foi mediada pelo sócio da Renaissance Executive Forums para SC/PR, Célio Valcanaia.
No encontro, quatro executivos de diferentes segmentos compartilharam experiências reais, números, inquietações e movimentos estratégicos. “Nossa intenção foi produzir uma visão do que será 2026 e do futuro”, comentou Célio ao abrir a conversa com os gestores.
Do varejo aos grandes projetos: quatro mundos, quatro leituras
O CEO do Estúdio Z/Grupo Calcenter, Alberto Kohn, apresentou o olhar de quem vive o varejo de ponta a ponta. Em tom leve e reflexivo, destacou que a empresa chegará aos 50 anos, em 2025, preservando o mesmo espírito que a move desde a origem: encantamento. Com mais de três décadas de experiência no setor, reforçou o propósito que guia a companhia: “Encantar as pessoas de forma democrática e acessível.” Kohn ressaltou ainda a busca contínua pela simplicidade: “Discutimos todos os dias como podemos ter processos mais simples. A simplicidade é a alma do negócio.”
Na sequência, o CEO da Multilog, Djalma Villela, trouxe um panorama direto sobre a recuperação do setor após anos desafiadores. “Depois de um 2022 excepcional, amarguramos 23 e 24 muito difíceis. Mas 2025 já mostra uma recuperação importante”, afirmou. Ele explicou que muitos clientes anteciparam compras temendo um câmbio próximo de R$ 7, o que pressionou estoques no início do ano. Mesmo assim, demonstrou confiança: “Para 2026, estamos com budget orgânico de 10%. E seguimos com o objetivo de dobrar a empresa até 2028, chegando a R$ 3 bilhões.”
O Diretor-Executivo da SCM Group Tecmatic, Marcos Antônio Muller, comentou os impactos do tarifário norte-americano sobre o setor de móveis, mas também enxergou oportunidades. “É hora de elevar o nível e produzir móveis de maior valor agregado”, provocou. Ele destacou que o tarifaço representa uma situação perde-perde: “O cliente paga mais caro e o produtor brasileiro perde competitividade.”
A partir de uma visão técnica aliada a sensibilidade humana, o Diretor-Presidente da Construtora Elevação, Marco Fontoura, descreveu o momento singular da infraestrutura, especialmente do saneamento, no Brasil. “O saneamento deixou de ser o patinho feio”, afirmou. Ele alertou para um desafio crescente: “A demanda é tão grande que falta mão de obra em todos os níveis: da fábrica ao engenheiro, do diretor ao operador. Todos aqui têm oportunidades importantes na infraestrutura. É um setor que vive outro momento no país.”
Ao longo da dinâmica, Célio Valcanaia conduziu o debate com questionamentos que incentivavam os executivos a aprofundar análises e revelar bastidores essenciais de suas operações. “O objetivo aqui não era apenas saber o que vocês pensam sobre o futuro, mas fazer com que cada um volte para casa questionando o que pensava antes de entrar neste auditório”, afirmou Célio.
Entre expectativas para 2026, reflexões maduras sobre gestão e um otimismo prudente, ficou evidente que o futuro não é um destino: é uma construção contínua feita a muitas mãos.