Como a transformação digital tem impactado a área de Recursos Humanos
O mercado de trabalho brasileiro e sua economia ainda sentem os efeitos da Covid-19. Em 5 anos, o saldo de abertura de empresas foi o menor já registrado no primeiro quadrimestre de 2023. Já o número de CNPJs encerrados aumentou em 34,7% no mesmo período. A epidemia levou trabalhadores tornaram-se MEIs (Micro Empreendedor Individual), PJs (Pessoa Jurídica) e recorreram a trabalhos informais. Em 2022, o número de trabalhadores informais atingiu o patamar mais alto em toda a história.
Dados do relatório da Gupy Tendências de Empregabilidade 2024: O Panorama Brasileiro apontam que, acompanhando a queda no desemprego para 8%, o país atingiu recorde no número de pessoas ocupadas: em junho de 2023 o patamar chegou a 99,1 milhões de profissionais ativos no mercado de trabalho. Ambos os cenários — tanto para empresas quanto para trabalhadores — estão repletos de mudanças instáveis.
De acordo com o estudo, existem profissionais competentes buscando recolocação no mercado de trabalho e empresas procurando talentos com habilidades específicas – e muitas vezes escassas – e alinhados à cultura organizacional. Esse contexto apresenta um cenário de mão dupla e vantajoso para ambos os lados.
A área de Serviços representou mais de 60% da empregabilidade, quando comparado aos demais setores. Contextos que favorecem o segmento de serviços são a evolução econômica do ramo que, em 2023, alcançou o segundo maior resultado catalogado da história, somada à alavancagem das áreas de transporte, turismo e de serviços familiares. O segmento de serviços foi um dos mais prejudicados no período da pandemia e, segundo especialistas, a tendência é que seja, de fato, em um cenário favorável de alavancada, o setor que mais oferece oportunidades de empregos e aumento das médias salariais.
Impacto da tecnologia na empregabilidade
As conclusões do relatório da Gupy Tendências de Empregabilidade 2024, destaca a forma como a transformação digital tem impactado a área de Recursos Humanos, trazendo consigo uma série de mudanças e inovações que redefinem a maneira como as empresas recrutam, selecionam, contratam e desenvolvem seus colaboradores. A tecnologia, com seu arsenal de automação, análise de dados e Inteligência Artificial, tem se tornado uma aliada estratégica para otimizar os processos de RH, acelerar a contratação e promover a empregabilidade.
Segundo a pesquisa “Transforming Talent Acquisition Through the Power of Automation and Artificial Intelligence” da Harvard Business Review, citada no estudo da Gupy, a velocidade de contratação é um aspecto de grande atenção para o RH das empresas (48% dos entrevistados se mostram um pouco ou muito insatisfeitos com a velocidade do processo). Além disso, desafios com velocidade também foram destacados entre 63% dos entrevistados, que concordam parcial ou fortemente, que o processo de contratação de um novo membro da equipe consome muito tempo.
Ainda de acordo com análise da Gupy, empresas que utilizam uma ferramenta que oferece visibilidade sobre o andamento do processo, os critérios de avaliação, pré-requisitos, unida a uma base de avaliação sólida como habilidades e experiências necessárias, atraem talentos mais engajados. Isso aparece também no relatório “O futuro do recrutamento 2023” publicado pelo LinkedIn, em que apresenta a contração de pessoas candidatas com base em competências como sendo uma tendência do futuro. Nesta pesquisa, ¾ dos profissionais de recrutamento afirmam que essa é uma estratégia priorizada nas empresas em que trabalham. Assim, apoiado pela tecnologia, os times de RH conseguem oferecer uma avaliação mais robusta, assertiva e transmitir um feedback mais aprofundado para as pessoas candidatas que não foram selecionadas.