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Conectados, sim; seguros, nem tanto

 

“Se você está conectado, você está vulnerável!”. A frase de impacto usada por Claudio Martinelli, diretor geral para a América Latina da Kaspersky Lab, representa bem o cenário que vivemos.  A cada nova conexão, abrem-se oportunidades de trabalho, buscas por informações e entretenimento – mas, ao longo desse caminho, vamos deixando pegadas digitais, sem nem ao menos percebermos.

Os cybercrimes, por exemplo, representam um prejuízo de 450 milhões de dólares por ano. Os ataques contra empresas quase dobraram nos últimos cinco anos, de forma proporcional aos prejuízos causados, tanto por e-mails maliciosos quanto por invasões em infraestruturas e sistemas críticos. Os prejuízos podem ser ainda maiores se somados possíveis danos de imagem e reputação.

Martinelli explicou que empresas não podem se comportar como pessoas físicas, pois os riscos são muito maiores. E a maioria não investe em segurança digital por não saber o prejuízo que uma invasão pode trazer, tanto financeiro como de imagem. Disse que as decisões são baseadas apenas no gasto, levando em conta apenas o custo de aquisição.

“O custo de uma boa política de segurança é muito menor que o risco que uma invasão pode causar para a continuidade do negócio”, explicou. Martinelli também trouxe informações sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, que deve entrar em vigor em 2020 e estabelece penalidades pesadas para vazamento de informações pessoais. A proteção adequada dos dados é um dos fatores que atenua a pena.

Foto do palestrante Claudio Martinelli

O palestrante também discorreu sobre os três principais crimes cibernéticos. O cybercrime, muito usado para retiradas ilegais em caixas eletrônicos, transferências eletrônicas e alterações de boletos. Esse tipo de contravenção é responsável por 95% das perdas bancárias.

Já a espionagem está direcionada para burlar sistemas de segurança e captar informações governamentais, de companhias de gás, energia, óleo e companhias de desenvolvimento e pesquisa. A sabotagem também é outra forma de crime digital, com ataques a instituições, causando dados como parada de sistemas, alterações e, muitas vezes, acompanhada de pedido de resgate.

Martinelli alertou que segurança digital não se compra, se constrói. E isso é uma responsabilidade de todos, do presidente ao funcionário. As empresas precisam criar uma cultura de segurança digital da mesma forma que têm a cultura de segurança no trabalho.

Apresentou também alguns números alarmantes de ataques no Brasil de janeiro a maio deste ano. Foram 248 milhões de ataques malware, sendo 540 mil em plataformas móveis, 22 milhões de phishing para roubo de dados, o que representa 165 mil ataques por dia. Revelou ainda a alta nos ataques em plataformas móveis, com preferência pelos smarthphones com sistema Android. Por fim, explicou que é possível ter uma vida digital segura. Para isso é preciso investir no tripé educação, solução e inteligência.