
Na era da transformação digital e das rápidas mudanças de mercado, a capacidade de liderar diferentes gerações tornou-se um dos grandes desafios das organizações. Em sua palestra no palco principal da ExpoGestão 2025, o professor Márcio Boaventura Junior trouxe reflexões valiosas sobre como integrar profissionais de diferentes idades em torno da cultura ágil, uma abordagem que vai além da velocidade de entrega e coloca a adaptabilidade como eixo central da liderança.
Segundo ele, o ambiente corporativo atual já não permite estruturas rígidas e hierárquicas, típicas do passado. O modelo em rede, que valoriza colaboração e flexibilidade, é o caminho para manter a competitividade. “Agilidade não é correr mais rápido, mas sim ter a capacidade de se adaptar às transformações do mercado”, ressaltou ele.
Ao analisar as gerações, Márcio destacou o contraste entre os baby boomers, com sua disciplina e foco em estabilidade, a geração X, marcada pela independência e pelo esforço técnico, e os milênios, que introduziram o olhar para qualidade de vida e propósito. Já a geração Z, nativa digital, consolida essa mudança, priorizando flexibilidade, impacto social e inovação.
O palestrante também alertou para a chegada da geração alfa, jovens que cresceram em um mundo 100% conectado e que trazem novas demandas para o ambiente de trabalho. Para ele, essa diversidade de perfis não é um problema, mas uma oportunidade para empresas que souberem criar espaços de diálogo e integração.
Quanto ao papel da liderança, Márcio foi enfático: não basta supervisionar processos, é preciso desenvolver pessoas. Um líder ágil deve conhecer sua equipe, entender suas motivações e construir um ambiente de confiança. “Se eu quero vulnerabilidade do meu time, eu, como líder, preciso ser o primeiro a demonstrar vulnerabilidade”, destacou.
Ele lembrou ainda que a mentalidade ágil não se resume a métodos como Scrum ou Kanban, mas sim a práticas que estimulam visão sistêmica, feedback contínuo e colaboração. “Em um ambiente ágil, não existe culpado individual. O erro é do time, e a responsabilidade é compartilhada”, explicou.
Para as empresas, a mensagem é clara: é hora de alinhar propósito e inovação, respeitando as diferenças geracionais e transformando-as em vantagem competitiva. O desafio está em adotar uma liderança que saiba equilibrar experiência e ousadia, tradição e inovação, sempre com foco em resultados sustentáveis.
Márcio concluiu dizendo que: “não se trata de escolher entre a experiência da geração X e a ousadia da geração Z, mas de integrar esses saberes em uma cultura de confiança, colaboração e aprendizado contínuo”. Este é um recado que inspira organizações a repensarem sua forma de liderar no presente para garantir relevância no futuro.