
O novo tarifaço global proposto pelo governo de Donald Trump, que eleva a taxação sobre produtos de diversos países, pode até abrir brechas pontuais para o Brasil, mas em geral o cenário é considerado negativo, segundo análises de economistas e especialistas em comércio exterior. Após o anúncio da Casa Branca, o Brasil foi incluído no grupo com a menor alíquota adicional de importação, de 10%. Ainda assim, a medida encarece os produtos brasileiros vendidos a empresas e consumidores americanos. Em comparação, outros países foram mais penalizados: Índia (26%), Japão (24%), União Europeia (20%) e, em especial, a China, cujos produtos enfrentarão tarifas de até 54%.
Apesar do impacto relativamente mais brando, os especialistas alertam que o saldo para o Brasil tende a ser negativo. O principal motivo é o aumento da incerteza global e os riscos à desaceleração do crescimento econômico mundial — fatores que afetam diretamente a atividade econômica brasileira. A inclusão do Brasil na faixa mínima se deve ao comércio relativamente equilibrado com os Estados Unidos.
A expectativa de muitos economistas é que o tarifaço impulsione a inflação nos EUA, o que pode desacelerar a maior economia do mundo. Para o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, um dos desdobramentos possíveis seria a aceleração do acordo Mercosul-União Europeia. Entre os principais produtos brasileiros exportados para os EUA estão petróleo, produtos semiacabados e outras formas primárias de ferro ou aço, além de aeronaves e suas partes.
FONTE: Portal G1