Na apresentação do balanço sobre o desempenho do setor industrial catarinense em 2024 e perspectivas para 2025, o presidente da FIESC, Mário Cesar Aguiar, destacou que a produção industrial do estado cresceu 6,8% de janeiro a setembro, acima da média brasileira que ficou em 3,4% no período. Já o cenário econômico de 2025 será marcado por desafios significativos para a indústria catarinense.
Após um 2024 impulsionado pela redução da taxa básica de juros até maio, a expectativa para o próximo ano é de maior retração no crédito e no consumo, influenciada pelo ciclo de alta da Selic. “Os setores dependentes de crédito, que foram os grandes motores do crescimento industrial em Santa Catarina, enfrentarão dificuldades adicionais”, aponta Mario Cezar de Aguiar, presidente da FIESC.
No campo geopolítico, a conjuntura internacional permanece desafiadora, com conflitos no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia impactando o comércio global. A crescente adoção de políticas protecionistas por China e Estados Unidos adiciona incertezas ao panorama de exportações. Apesar disso, há possibilidades de Santa Catarina identificar oportunidades estratégicas, embora ainda seja cedo para estimá-las com precisão.
Outro ponto de atenção é o mercado de trabalho no estado, que registra uma taxa de desocupação de apenas 2,8%, segundo o IBGE. O pleno emprego, aliado à dificuldade de atrair jovens para a indústria, intensifica a necessidade de qualificação profissional. Em entrevista à jornalista Estela Benetti, do portal NSC Total, Aguiar destaca que, em pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre os desafios para 2025, 37,2% das empresas catarinenses ouvidas apontaram a falta ou o alto custo do trabalhador. O presidente da Fiesc destaca ainda que a indústria, além de ser grande geradora de empregos em Santa Catarina, também impulsiona a criação de vagas nos demais setores econômicos do Estado.
De acordo com o presidente da FIESC, Santa Catarina segue como um estado resiliente e diversificado, mas o ano que se aproxima exigirá ainda mais adaptação e inovação das empresas para enfrentar os ventos contrários da economia global e nacional.
Fonte: Fiesc e Portal NSC