SAVE THE DATE 19 A 21 de maio de 2026

06/11/2025

Engajamento no trabalho no Brasil cai ao menor nível da série histórica e gera muitas perdas

O engajamento dos trabalhadores brasileiros atingiu, em 2025, o menor nível já registrado desde o início da série histórica do Engaja S/A. Apenas 39% dos profissionais afirmam estar engajados em suas atividades, uma queda de cinco pontos percentuais em relação a 2024.

Os dados fazem parte da 3ª edição do estudo realizado pela Flash, em parceria com a FGV EAESP, que ouviu 5.397 pessoas em todas as regiões do país entre junho e agosto deste ano. O painel reflete a estrutura do mercado formal brasileiro: 61% dos entrevistados não têm ensino superior, 54% ganham entre um e três salários mínimos e 42% atuam em micro, pequenas e médias empresas.

Além do retrato do desinteresse crescente, a pesquisa revelou o impacto econômico do fenômeno: o desengajamento custa R$ 77 bilhões por ano à economia brasileira, o equivalente a 0,66% do PIB. A maior parte dessa perda vem da rotatividade de pessoal, estimada em R$ 71 bilhões, enquanto o presenteísmo, quando o colaborador está fisicamente presente, mas improdutivo, responde por R$ 6,3 bilhões.

Segundo o professor Renato Souza, da FGV EAESP e coautor do estudo, “embora a remuneração seja relevante, ela não compensa deficiência no clima organizacional nem na qualidade da gestão. Relações de confiança, oportunidades de desenvolvimento e ambiente saudável continuam sendo os principais determinantes do engajamento”.

O estudo também aponta que 60% dos trabalhadores pensaram em pedir demissão com alguma frequência em 2025, embora esse número tenha recuado seis pontos percentuais em relação ao ano anterior. Entre os engajados, apenas 8% consideram sair do emprego, enquanto entre os ativamente desengajados o índice sobe para 60%. Essa diferença explica parte do impacto financeiro do turnover, que segue em alta. A disposição para a mudança de emprego também se traduz em ação: 64% dos profissionais se candidataram a vagas e 42% participaram de entrevistas ao longo do ano.

Entre as lideranças, o cenário é igualmente preocupante. O engajamento entre executivos caiu de 72% para 65% em um ano, registrando a maior retração por nível hierárquico. Na gerência média, o índice passou de 54% para 49%. Além da queda de motivação, sintomas de esgotamento são mais comuns nesse grupo: 25% dos executivos relatam ansiedade diária e 21% sofrem de insônia. O impacto financeiro do desengajamento na alta liderança é especialmente expressivo, o custo médio anual de um executivo desmotivado é estimado em R$ 72,4 mil, contra R$ 8,9 mil por gerente e R$ 561 por colaborador.

A pesquisa também evidenciou a forte conexão entre saúde emocional e engajamento. Aproximadamente um em cada cinco trabalhadores brasileiros enfrenta diariamente ansiedade, insônia ou fadiga, índices que triplicam entre os ativamente desengajados. Esses sintomas afetam diretamente a produtividade e reforçam a necessidade de políticas de bem-estar e saúde mental nas organizações.

Quando observadas as diferenças geracionais, a Geração Z surge como a mais vulnerável: 25% relatam ansiedade diária, contra apenas 7% dos Baby Boomers, grupo que, por outro lado, apresenta o maior nível de engajamento, com 45%.

O contraste entre as faixas etárias indica desafios distintos de gestão e comunicação para as empresas, que precisam equilibrar expectativas, estilos de liderança e estratégias de motivação para reconectar seus times e reverter a curva descendente do engajamento no país.

FONTE: Revista Amanhã

Não deixe de ler também:

COP 30, de 10 a 21 de novembro, redefine padrões de governança e competitividade empresarial

COP 30, de 10 a 21 de novembro, redefine padrões de governança e competitividade empresarial

BAIXE O E-BOOK EXPOGESTÃO 2025

E aproveite os principais insights
de gestão, inovação e negócios
compartilhados pelos palestrantes
do congresso.

App ExpoGestão