Ernesto Heinzelmann é eleito para Academia Nacional de Engenharia
O empresário Ernesto Heinzelmann foi empossado membro titular da Academia Nacional de Engenharia (ANE), no Rio de Janeiro. A entidade tem 200 membros titulares e atua em conferências, seminários, congressos e encontros, além de emitir pareceres e posicionamentos técnicos referentes à engenharia brasileira.
Executivo, empresário e consultor com mais de 40 anos de experiência, Heinzelmann construiu sólida carreira na Empresa Brasileira de Compressores (Embraco) por 33 anos. Ingressou como Engenheiro Mecânico na área operacional e em 1983, criou a área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), da qual se tornou diretor em 1989.
Em 1993, assumiu a presidência da empresa, liderando um grande processo de crescimento e globalização das atividades. Hoje é presidente do Conselho de Administração do Musicarium Academia Filarmônica Brasileira, do Porto Itapoá, da Portinvest, do Instituto Core e da Rôgga Empreendimentos, além de fundador e apoiador do Projeto Resgate, em Joinville e do movimento Excelência SC.
Conversamos com Ernesto Heinzelmann que falou sobre a importância de integrar a ANE.
Qual a importância para o senhor e para Santa Catarina integrar a Academia Nacional de Engenharia (ANE)?
Ernesto – Para mim é motivo de grande orgulho e satisfação. Como executivo me mantive próximo às universidades e centros de pesquisa no Brasil e no exterior. O primeiro convênio com a UFSC foi firmado em 1982 e, até onde sei, se mantém até hoje. Creio ser algo que não tem paralelo no Brasil. Tivemos um grande proveito mútuo desta relação, respeitamos o papel da universidade que é a pesquisa e a ciência. À empresa cabia transformar isto em tecnologia e, finalmente, em produtos altamente sofisticados.
Existem outros catarinenses na ANE?
Ernesto – Em Joinville temos o Luís Guedes como Acadêmico da ANE. Em Florianópolis em função da UFSC há um número maior. No Brasil são apenas 200, o que dá um significado muito especial a nomeação.
Vemos muitos engenheiros à frente da gestão de grandes empresas, como a Tupy e a WEG por exemplo. O senhor também se destaca pela sua atuação na gestão. A que o senhor atribui essa performance dos engenheiros?
Ernesto – A engenharia traz uma formação muito boa e versátil. O engenheiro se adapta com facilidade também à carreira administrativa. A engenharia ensina a buscar soluções para problemas complexos, desenvolve o raciocínio lógico, e nos apta a tomar decisões mesmo que nem todas as informações estejam disponíveis. Eu considero a engenharia uma das carreiras mais completas e versáteis. Vemos jovens com formação em engenharia trabalhando no mercado financeiro, por exemplo, exatamente por causa desta versatilidade e capacidade de análise e solução de problemas.
Atualmente, constata-se que a Geração Z tem interesse menor em trabalhar na indústria. Como é possível atrair os jovens para cursar engenharia?
Ernesto – Infelizmente isto é verdadeiro. Acho que a nova geração busca por profissões que não exigem uma formação muito sofisticada. Cursar engenharia não é fácil, exige muito do estudante. O baixo nível educacional que temos no Brasil, antes da universidade, também deve contribuir por este desinteresse em carreiras técnicas. A engenharia exige muito estudo em disciplinas muito complexas, como cálculo, física, matemática etc.
Em última análise quem constrói um país são técnicos e engenheiros, e o baixo número de formandos fará muita falta ao Brasil.
Como a transformação digital, com a indústria 4.0 e Inteligência Artificial impactam a engenharia nas empresas?
Ernesto – Em qualquer profissão precisamos nos manter atualizados. A indústria 4.0 é um movimento, mas muitos outros virão. A IA terá um impacto enorme sobre praticamente todas as nossas atividades e nem conhecemos ainda toda extensão que a ela poderá ter.