
Durante a Jornada de Conhecimento ExpoGestão, o empresário Fábio Câmara, fundador do ecossistema de tecnologia e inovação do Grupo FCâmara, compartilhou reflexões sobre o papel da inteligência artificial (IA) na transformação dos negócios e na mentalidade dos líderes. Em uma fala marcada por provocações e exemplos práticos, ele desafiou os executivos presentes a irem além do uso superficial das ferramentas de IA.
“Vocês já perguntaram para uma IA: como é que eu faço para ganhar mais dinheiro?”, questionou. Para ele, as empresas tendem a fazer perguntas cujas respostas já conhecem, o que limita o potencial de aprendizado e inovação. “É preciso aprender a fazer perguntas que não sabemos a resposta. Senão, estamos viciando toda a experiência”, alertou.
Ao tratar sobre o impacto da IA nas relações de trabalho, o empresário foi categórico ao afastar o discurso de que a tecnologia substituirá pessoas em larga escala. “É tão difícil contratar e treinar gente boa que eu só mando embora quando não está performando. Não faz sentido demitir quem veste a camisa por causa da inteligência artificial”, afirmou, rebatendo a ideia de que automação e desemprego caminham juntos.
Câmara também defendeu que a jornada de transformação digital deve começar pelo letramento das equipes, e não por uma implantação apressada de sistemas. Ele contou que, em sua empresa, incentivou os colaboradores a usarem ferramentas gratuitas para compreender o potencial da IA antes de institucionalizá-la. “O letramento deve vir antes da organização. É preciso começar pequeno, com grupos multidisciplinares, e depois estruturar a segurança corporativa”, explicou.
Em outro momento, o empresário abordou a solidão do empreendedor e como a inteligência artificial pode atuar como uma aliada estratégica. “Nós, empresários, somos solitários. A IA pode ser um espaço sem julgamento, onde é possível fazer perguntas sinceras sobre o que estamos errando e como podemos evoluir”, refletiu. Para ele, o futuro pertence à “inteligência aumentada”, a combinação da capacidade humana com o poder analítico das máquinas.
Segundo ele, a tecnologia não deve ser encarada como substituta das pessoas, mas como uma extensão das capacidades humanas. “O presente não é da inteligência artificial. É da inteligência aumentada. A IA deve servir para potencializar o ser humano, não para torná-lo obsoleto”, afirmou Fábio Câmara.
Com uma fala repleta de provocações, Fábio Câmara encerrou sua explanação deixando uma mensagem clara: a inteligência artificial não deve ser vista como ameaça, mas como ferramenta de ampliação das capacidades humanas. “O presente não é da inteligência artificial. É da inteligência aumentada”, concluiu.