Leias nossos

conteúdos

  • Gestão e Negócios
  • 4,55 min

Goedert cresce com a pandemia e se estrutura no pós-crise

Na última década, a catarinense Goedert deixou de ser uma pequena revenda familiar para tornar-se uma organização profissionalizada de grande porte que fabrica, exporta, importa e distribui (para o Brasil e o exterior) produtos de limpeza, higiene, cuidado e proteção utilizando múltiplos canais, inclusive lojas próprias. O processo de governança corporativa começou com a sucessão que levou a presidência em 2015 Everton Goedert – sobrinho do fundador – e teve continuidade nos quatro anos seguintes, com crescimento na ordem de 20% ao ano. Mas o grande salto foi impulsionado pela pandemia da Covid-19.

“Soubemos aproveitar a oportunidade que a pandemia nos proporcionou de oferecer os produtos demandados e chegar a mais clientes. O lucro gerado neste período foi reinvestido para dar origem a uma nova empresa no pós-pandemia”, conta Gabriela Pereira Dias de Oliveira, Diretora de Operações da Goedert. Quando ela chegou na companhia, um ano antes, havia o desejo de chegar mais perto dos clientes finais, entrando na rede de varejo alimentar e de material de construção – dois mercados extremamente competitivos – e desenvolvendo um e-commerce.

A Goedert percebeu o movimento da pandemia ainda antes do lockdown iniciado em 18 de março de 2020 e seus administradores tiveram visão, coragem e apoio do conselho de administração para iniciar a produção de máscaras e dispensers de álcool gel, mesmo sem contar com expertise e capital. “Até então fazíamos apenas uma pequena quantidade de máscaras de uso industrial”, lembra Gabriela.

A empresa enfrentou três grandes desafios
“Estabelecemos uma operação de guerra. Ao mesmo tempo que preparamos a fábrica para produzir itens regulados pela Anvisa na área de saúde e higiene, nosso jurídico conseguiu liminar para nos enquadrar como indústria e serviço de distribuição essenciais. Começamos a trabalhar 7 dias por semana, 24 horas por dia. O perfil do nosso cliente mudou, pois enquanto as empresas pararam, os hospitais precisavam de mais material”.

Durante este período, o número de colaboradores saltou de 140 para 586. Além do volume de contratações – que chegou a 45 profissionais em um único dia – e da necessidade de dar suporte emocional para os colaboradores, a empresa enfrentou três grandes desafios: a escassez de matéria-prima, a demanda reprimida e o aumento de preços dos insumos.

“Todo este crescimento aconteceu em uma cultura interna de empresa familiar e de pequeno porte, que sofria as dores do crescimento por ainda não contar com padrões, processos e questões normativas mais estruturadas”, pontua a Diretora de Operações.

Para cuidar das pessoas, a empresa Goedert adotou protocolos rigorosos de higiene, comprou esterilizadores de ar, reforçou a equipe de segurança do trabalho, distribuiu kits de higiene para os colaboradores e contratou um profissional dedicado à saúde e ao bem-estar das pessoas. “Tomamos duas decisões importantes para o negócio que estavam alinhadas com nossos valores: priorizar a venda para quem precisava – governo e hospitais – e fazer um preço justo”, afirma Gabriela.

Crescimento sustentável da empresa
Nos anos de 2020 e 2021, o faturamento da Goedert triplicou, o número de colaboradores quadruplicou e a carteira de clientes multiplicou por 3. “O reinvestimento dos lucros obtidos durante a pandemia permitiu o crescimento sustentável da nova Goedert. Nosso parque industrial foi remodelado e um centro de distribuição foi construído, mais moderno e eficiente. Fizemos também um novo centro de administração”, conta a diretora de Operações.

Atualmente, a Goedert Group tem uma equipe de administração estruturada, emprega mais de 300 colaboradores e conta com 120 representantes distribuídos em todo o Brasil. Fabrica, exporta, importa e distribui produtos de limpeza, higiene, cuidado e proteção. Atende o mercado profissional, o varejo alimentar, compras públicas em licitações e conta com a marca NCoisas no varejo direto (e-commerce e duas lojas físicas na grande Florianópolis).

Segundo a diretora de Operações, para 2023 existem projetos em andamento para produtos químicos e novos itens em parceria com empresas internacionais. “Nosso grande foco está na nossa indústria e nos novos canais, para fornecer produtos para os mercados atuais e ampliar a exportação (hoje Mercosul e Costa Rica) para a América do Sul”, conclui.