
A falta de planejamento sucessório pode custar caro: especialistas estimam que herdeiros podem perder de 10% a 20% do patrimônio quando a sucessão é feita de forma desorganizada.
Os principais custos envolvem o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que varia de 4% a 8% conforme o Estado, além de honorários advocatícios, taxas cartoriais de despesas judiciais. Um planejamento eficiente ajuda a reduzir tributos e preservar a riqueza para gerações futuras.
Esses recursos não passam pelo inventário, garantindo liquidez imediata aos herdeiros. “O seguro de vida permite que a família receba a indenização sem enfrentar o processo lento do inventário e os custos com impostos”, explica Rosini. Jonas Carneiro reforça que essas estratégias são essenciais para eficiência tributária.
Planejar em vida
A advogada Maria Paula Molinar recomenda transferir parte do patrimônio ainda em vida. Assim, o titular paga parte dos impostos e alivia a carga sobre os herdeiros.
Por lei, 50% do patrimônio vai obrigatoriamente aos herdeiros necessários (filhos, cônjuges ou pais, se vivos), e os outros 50% têm destinação livre. Molinar explica: “Alguns clientes destinam a parte livre diretamente aos filhos, evitando pagar o ITCMD duas vezes: no falecimento do titular e do cônjuge”.
Fernandes observa que o planejamento sucessório também é uma oportunidade de negócios. Novas gerações estão mais abertas à inovação e diversificação de investimentos, mas demonstram menor lealdade aos consultores, exigindo adaptação das gestoras.
Jonas Carneiro acrescenta que, para famílias com R$ 10 milhões ou mais, a estruturação do planejamento já é essencial.
Novas gerações e a maior transferência de riqueza da história
O estudo Navigating the Future of Wealth 2024, da Multipolitan, projeta que as gerações Y e Z herdarão US$ 84 trilhões até 2045, marcando a maior transferência de riqueza intergeracional da história.
Fernandes alerta: muitos herdeiros no Brasil ainda não estão preparados para gerir esses recursos, agravado pelo fato de casais terem filhos mais tarde.
Molinar acrescenta que muitos preferem terceirizar a administração, mantendo controle financeiro, enquanto Finelli, com 28 anos de experiência, nota diferenças regionais: famílias do interior mantêm os negócios no grupo familiar; herdeiros das grandes cidades buscam caminhos próprios, mas não abrem mão da riqueza herdada.
FONTE: PORTAL MONEY TIMES – Setembro/25