
Horácio Carabelli, coordenador de design e construção da Luna Rossa Prada Pirelli, foi um dos destaques da ExpoGestão 2025, onde falou sobre alta performance, inovação e competitividade. Velejador, engenheiro mecânico, arquiteto naval e designer de iates, Carabelli começou a velejar aos oito anos, na classe Optimist. Em 1980, integrou a primeira equipe a representar o Brasil em um campeonato mundial. Na classe Snipe, conquistou duas medalhas de ouro em mundiais júnior, uma medalha de ouro sul-americana e uma de bronze no mundial master. Representou o Uruguai nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.
Com três participações na Volvo Ocean Race, foi terceiro colocado com o Brasil 1 e campeão da edição 2008/2009 com o Ericsson 4, batendo o recorde mundial de distância percorrida por um monocasco em 24 horas, registrado no Guinness Book. Na edição 2011/2012, integrou a equipe Telefónica e foi peça-chave para incluir Itajaí como parada oficial da regata.
Carabelli soma cinco participações consecutivas na America’s Cup e se prepara para a sexta. Em 2021, venceu a Prada Cup como coordenador de design do Luna Rossa. Projetou embarcações de alto desempenho, como o Multimar 32, ILC 25, Neo 25 e o C30. Atualmente, também é diretor esportivo da equipe brasileira Mubadala Brasil SailGP, consolidando-se como referência na vela de alta performance.
Durante a palestra, explicou como funcionam os três principais eventos da vela competitiva e traçou paralelos com o mundo dos negócios. Segundo ele, a vela de alto nível é comparável à Fórmula 1 dos mares: exige inovação em design, engenharia de ponta, materiais avançados e uma gestão altamente integrada. É um ambiente que demanda precisão, investimento em pesquisa, sustentabilidade e análise de dados.
Para Carabelli, a competitividade extrema e a busca contínua por excelência oferecem aprendizados valiosos ao mundo corporativo. Estratégia, liderança, resiliência, gestão de riscos e trabalho em equipe são essenciais em ambos os contextos. Ele destacou a importância do cumprimento de prazos: “Na regata, a data é fixa. Não existe atraso na obra. Isso nos ensina a planejar com precisão e executar sem margem para erro”.
Como exemplo, citou a America’s Cup, que envolve até quatro anos de planejamento e construção para uma competição de dois meses. O projeto reúne cerca de 150 pessoas e investimentos que superam US$ 160 milhões. “É uma prova em que não se compra tempo. Tudo precisa estar 100%”, afirmou. Também defendeu o papel da competição no avanço da vela: “A America’s Cup define o futuro do esporte em tecnologia, materiais e estratégias, e impulsiona toda a indústria naval”.
Ao final, fez um contraponto pessoal: “Depois de uma jornada intensa de trabalho ou competição, estar com quem amamos é reconfortante”, concluiu.