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06/11/2025

IA vai substituir operários? Demissões na Amazon mostram que gerentes vão primeiro

Os cortes recentes na Amazon indicam que a inteligência artificial (IA) está transformando o mercado de trabalho de uma forma inesperada. Em vez de substituir de imediato os trabalhadores braçais, como muitos imaginavam, a automação começa a afetar os cargos de gerência. A gigante do e-commerce anunciou a demissão de 14 mil gerentes de nível médio, contrariando especulações de que robôs assumiriam rapidamente as funções operacionais nos armazéns.

De acordo com a empresa, a reestruturação faz parte de um esforço para reduzir a burocracia e remover camadas organizacionais, tornando a companhia mais ágil em um momento de expansão dos investimentos em IA generativa. Beth Galetti, vice-presidente sênior de experiência do pessoal da Amazon, afirmou em comunicado que os cortes refletem uma aposta na capacidade dos algoritmos de desempenhar tarefas de coordenação, planejamento e tomada de decisão antes atribuídas a gestores humanos.

O movimento acompanha declarações recentes do CEO Andy Jassy, que tem reforçado o papel central da IA no futuro da empresa. Segundo ele, a tecnologia já está ajudando equipes a “avançar mais rápido e tomar melhores decisões”, reduzindo a necessidade de posições intermediárias. Especialistas afirmam que sistemas de IA generativa se tornaram altamente eficientes em sintetizar relatórios, redigir memorandos e consolidar informações — atividades típicas dos cargos de gerência média.

A tendência não se restringe à Amazon. Outras companhias norte-americanas, como Target e Paramount, também anunciaram cortes significativos neste trimestre. Segundo a consultoria Challenger, Gray & Christmas, os empregadores dos Estados Unidos já somam 946 mil demissões em 2025, o maior número desde 2020. Desses cortes, mais de 37 mil estão diretamente ligados à inteligência artificial, automação e atualizações tecnológicas, sinalizando uma reorganização estrutural no mercado de trabalho corporativo.

Enquanto isso, analistas da Gartner estimam que, até 2026, uma em cada cinco empresas utilizará IA para eliminar metade das camadas de gestão. O fenômeno preocupa economistas e jovens profissionais, já que reduz as oportunidades de ascensão em carreiras corporativas tradicionais. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou que a economia americana entrou em uma fase de “pouca contratação, pouca demissão”, com empresas preferindo fazer mais com menos em vez de expandir suas equipes.

A ironia é que justamente a Amazon, símbolo global da automação de armazén, agora indica que o impacto mais imediato da IA pode recair sobre trabalhadores de escritório, não sobre operários. Se essa tendência se confirmar, o avanço da IA poderá redefinir não apenas funções, mas também a estrutura hierárquica das empresas e a dinâmica de mobilidade profissional, com efeitos que ainda estão apenas começando a se desenhar.

FONTE: INFOMONEY

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