Novos valores regem os profissionais nas organizações

Os valores que regem as pessoas que trabalham nas organizações mudaram em função da pandemia, segundo uma pesquisa da Grant Thornton – empresa global de consultoria. Se antes os trabalhadores estavam focados em atingir objetivos, comprometimento e crescimento na organização; no auge da doença as prioridades foram adaptabilidade, conectividade digital e atitude positiva. E agora, a adaptabilidade permanece, mas o bem-estar aparece como algo novo.

De acordo com Lívia Mandelli, consultora especialista em liderança e comportamento, bem-estar engloba diversas coisas e está especialmente ligado aos relacionamentos. “Este bem-estar é uma junção de ambiente, relação e estado mental e tem grande relevância a forma como o profissional se sente no meio das pessoas que estão ao seu redor”.
Se é bem-estar que as pessoas estão procurando, é importante praticar o comportamento ambidestro, que serve para a empresa e para os demais relacionamentos. “A ambidestria comportamental* vem como saída estratégica comportamental para fazer as coisas diferentes e reconquistar a essência, que é o equilíbrio entre saber o que e quando usar cada tipo de comportamento”, destaca Lívia, ressaltando que é importante que os líderes estabeleçam um mindset de desligar o botão do automático no dia a dia e fazer as coisas de propósito.

A consultora enfatiza que nossa mente funciona com a mentalidade de escassez, mas é preciso mudá-la para uma mentalidade de abundância e adotar o Growthing Mindset. “Para ter Growthing Mindset é preciso começar a pensar de uma forma diferente. Para fazer de propósito precisa sair da zona de conforto, da mentalidade fixa, fazendo as coisas que são boas para quem está na nossa volta”, diz Lívia.

Citando referências científicas, Lívia afirma que até dez anos atrás acreditávamos que os neurônios só se reproduziriam na infância, mas hoje sabemos que eles se reproduzem até nossa morte, embora não na mesma velocidade. “Quanto mais pensarmos diferente e fizermos as coisas diferentes, maiores são as chances de criar novas redes neurais. A ambidestria comportamental faz bem para o cérebro e ajuda as pessoas a viver aprendendo e se transformando”, conclui.

*Ambidestria Comportamental também é conhecida como Androginia em Liderança.