O poder da inteligência coletiva
Pela primeira vez no Brasil, Mike Richardson abriu o último dia de palestras da ExpoGestão 2024. O escritor e conselheiro discorreu sobre os cinco níveis para alcançar a inteligência coletiva, única forma de proteger carreiras, negócios e até a vida. Em um mundo VUCA (em inglês) ou VICA (Volatilidade, Incerteza, Complexidade, Ambiguidade), quem não usar a inteligência coletiva, ficará para trás.Para ilustrar fez uma comparação com um time de futebol, em que não adianta apenas colocar os melhores em campo. Sem inteligência coletiva, não obterá sucesso.
Provocou a platéia: “Vocês acham que o mundo está rápido? Preparem-se, pois irá ficar ainda mais rápido”. Citou como exemplo a entrada dos carros elétricos chineses no mercado americano, brasileiro e de outros países. Montadoras tradicionais como Ford, GM, Toyota e outras precisam ser ágeis para não ser engolidas pela rapidez dos negócios.
Para isso, as práticas de gestão exigem interação, adaptação e respostas rápidas. Richardson, então, explicou, de forma resumida, os níveis para alcançar a inteligência coletiva. É aliar a inteligência humana à artificial. Os líderes devem ser condutores, criando condições para iniciar essa redefinição de cinco níveis.
O primeiro nível é o que ele chama de vantagem de pares. Nele, as organizações criam mecanismos para aproveitar o poder e o talento das pessoas. Para isso é necessário reunir profissionais de áreas diferentes para expor ideias, apontar soluções e encontrar caminhos para solucionar problemas juntos. O especialista explicou que esse tipo de fórum gera confiança, transparência, responsabilização e segurança. Mas não podem ser aquelas reuniões longas, burocráticas e cansativas. São momentos focados, com reuniões ágeis e produtivas.
O nível 2 é a Vantagem Cultural. Para chegar a esse ponto é necessário criar condições para que as pessoas assimilem a cultura da organização, encontrando formas diferentes de institucionalizar os valores e princípios.
O nível seguinte é a Agilidade. A cultura alinhada e implementada é a base para alcançar esse aspecto. Ser ágil não é algo simples. Agilidade é a capacidade de se adaptar a circunstâncias que mudam rapidamente, especialmente em um mundo “VICA). Isso exige compreensão de como funciona a organização em todos os aspectos e o entendimento dos fatores externos.
Os níveis 1, 2 e 3 tratam da evolução da vantagem dos colegas, da cultura e da agilidade. Essas três se combinam para ser uma vantagem competitiva. E aí entra o passo 4. Em uma era exponencial, não é possível acompanhar o ritmo tentando ter toda a inteligência internamente. Então entra o papel dos consultores e informações externas.
Por fim, o nível 5. Quando as inteligências humana e artificial convergem e alcançam a inteligência coletiva. Mike Richardson explicou um pouco do conceito de supermente. “Estamos gastando muito tempo pensando em pessoas ou computadores, e não tempo suficiente pensando sobre o que as pessoas e computadores podem fazer juntos, o que nunca poderia ter sido feito antes”, argumentou.
Continuou a palestra com a explicação da teoria C2C, que é o Fluxo de Conversação para Fluxo de Caixa. Explicou que, no mundo atual, o “fluxo de caixa não é mais rei”. A trajetória e a agilidade do fluxo de caixa são determinadas pela trajetória e agilidade do fluxo de conversação. O caixa é apenas resultado, reflexo do que foi feito antes.
Por fim, alertou a todos os líderes, empresários e executivos que, não importa o quanto o seu negócio seja próspero, se não tiver inteligência coletiva e agilidade, poderá cair muito em breve neste mundo “VICA”.