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04/09/2025

“O problema não é arrecadar mais, é gastar menos. O tamanho do Estado é a raiz de nossas dificuldades”, aponta economista

O economista e especialista em ativos digitais, Fernando Ulrich, esteve no Palco Principal da ExpoGestão 2025 trazendo uma reflexão sobre o cenário econômico mundial. Em sua análise, destacou que o mundo está diante de um “grande reset econômico global”, processo marcado por tensões comerciais, desafios no sistema monetário e profundas mudanças geopolíticas. Para ele, compreender a história das moedas de reserva é essencial para enxergar os riscos e as vulnerabilidades atuais.

Ulrich lembrou que o atual padrão monetário, baseado no dólar como moeda hegemônica, nasceu em 1944, com o Acordo de Bretton Woods. A conversibilidade do dólar em ouro garantiu estabilidade até 1971, quando Richard Nixon anunciou o fim desse lastro, dando início a um regime de papel-moeda inconversível. Desde então, os Estados Unidos passaram a desfrutar de um “privilégio exorbitante”: emitir a moeda aceita mundialmente sem a necessidade de lastro físico.

Esse arranjo, segundo Ulrich, alimentou déficits comerciais persistentes e gerou dependências estratégicas que preocupam até mesmo os formuladores de políticas em Washington. Ele destacou que a desindustrialização americana, agravada pela ascensão da China e pela manipulação cambial do país asiático, tornou-se um ponto central na política de Donald Trump e sua equipe econômica. A retórica protecionista do ex-presidente encontra respaldo em diagnósticos legítimos, ainda que suas soluções, como tarifas unilaterais, sejam vistas com ceticismo.

O economista também recuperou experiências históricas de ajustes monetários, como o Acordo Plaza, em 1985, que buscou enfraquecer o dólar para reequilibrar o comércio global. Hoje, argumenta Ulrich, os Estados Unidos enfrentam dilemas semelhantes, mas com uma dificuldade maior: negociar com uma China fortalecida e que não é aliada política de Washington. “Qualquer rearranjo que não inclua Pequim será inócuo”, afirmou o especialista.

Ao ser questionado sobre alternativas ao sistema atual, Ulrich apontou que a solução definitiva não virá de tarifas ou de novos acordos monetários, mas de um ativo neutro, apolítico e que não seja passivo de nenhum país. No passado, esse papel coube ao ouro. No futuro, ainda distante, ativos digitais escassos como o Bitcoin podem assumir parte dessa função, servindo como reserva de valor e instrumento de liquidação internacional.

Finalizando sua palestra, o economista reforçou a urgência de enfrentar o desequilíbrio das contas públicas. Segundo ele, o foco central do debate econômico precisa ser a redução de gastos, e não o aumento de impostos. Ulrich foi categórico: “O problema não é arrecadar mais, é gastar menos. O tamanho do Estado é a raiz de nossas dificuldades”, pontuou ele.

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