Para consolidar as parcerias estratégicas e atrair investimentos significativos, a diplomacia entre países é essencial para o bom andamento das relações internacionais. Esse convívio entre as nações, embora traga benefícios consideráveis em termos de visibilidade e impacto direto, também apresenta riscos e desafios que pode comprometer a eficácia da política externa de um país. Em alguns casos, a diplomacia pode levar ao isolamento em cenários multilaterais, especialmente quando as políticas adotadas divergem de países aliados.
Mas, quais são os desafios da diplomacia brasileira para este ano de 2025? Em um artigo no jornal Le Monde Diplomatique Brasil, o professor de História e Relações Internacionais e doutorando em Estudos Estratégicos pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Danilo Sorato, ressalta que o Brasil deve atentar-se a três relações políticas prioritárias: com os Estados Unidos, a Venezuela e a Argentina, devido aos acontecimentos de 2024. “Possivelmente, as relações políticas com esses três países não serão as mais tranquilas, considerando os sinais do último ano, ainda que as dificuldades se apresentem por motivos distintos”, justifica o professor.
Sorato comenta que a volta de Donald Trump à presidência dos EUA será um ponto de atrito entre Brasil e Estados Unidos, especialmente no que diz respeito à crise na Venezuela. Já o presidente argentino, Javier Milei, tem demonstrado visões mais alinhadas às de Trump, o que tende a aprofundar a crise política entre Brasil e Argentina. “O país deverá deixar claro que é crítico em relação aos resultados eleitorais de 2024, mas que não apoia pressões econômicas e políticas sobre o país vizinho”, pontua Sorato. Independentemente desses desafios, o Brasil apostará fortemente nos eventos multilaterais para ampliar seu protagonismo no cenário internacional. O país sediará o encontro do BRICS+ em Brasília e a COP-30 em Belém do Pará.
Na opinião do analista de Relações Internacionais, Lourival Sant’Anna, a China está emergindo com mais força no cenário geopolítico, impulsionada pelo conflito comercial com os Estados Unidos. Segundo ele, embora seja difícil apontar um vencedor claro nessa disputa, a China tem se beneficiado em termos de percepção global e confiabilidade como parceira. “Países como Japão, Coreia do Sul, Austrália e diversas nações europeias estão reavaliando suas relações com os Estados Unidos. De qualquer forma, a postura mais madura e responsável da China em questões globais está reforçando sua posição como uma liderança mundial confiável”, expõe o analista.
FONTE: Le Monde Diplomatique Brasil – Fevereiro/25
