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18/07/2025

“O verdadeiro ‘ágil’ não está na velocidade, mas na flexibilidade diante das mudanças”, pontua Marcio Boaventura Jr

Os desafios enfrentados pelas organizações brasileiras na transição de uma gestão tradicional para um modelo mais adaptativo e ágil foram o foco da palestra ministrada por Márcio Boaventura Jr., durante o Seminário Executivo de Recursos Humanos da ExpoGestão 2025, no mês de junho.

Márcio apresentou uma análise profunda sobre a relação entre empresas e colaboradores diante do cenário atual. “Estamos em meio a uma transformação histórica, impulsionada pela volatilidade econômica, pelos avanços tecnológicos, pelo conflito entre gerações e pelos déficits educacionais, como os altos índices de analfabetismo funcional e digital no país”, pontuou.

O palestrante defende que essa nova realidade exige lideranças preparadas para lidar com a complexidade do presente, especialmente com a chegada da geração Z e, em breve, da geração Alfa, cujas formas de aprendizado e construção de memória são diferentes das anteriores. Ele ressalta que, enquanto as gerações antigas constroem memórias por meio de experiências, a geração Alfa, crianças nascidas após 2010 e que já começam a ingressar como jovens aprendizes, forma suas memórias de maneira fotográfica, por imagens, e não mais a partir da vivência direta.

Essa mudança, segundo ele, impacta diretamente a forma como os processos organizacionais devem ser estruturados. “Daqui a cinco anos, esses jovens estarão inseridos nas empresas como funcionários ativos, e caberá a nós saber lidar com isso”, alertou. Márcio também destacou outro dado alarmante: no Brasil, três em cada dez universitários são analfabetos funcionais.

Ao longo da palestra, Boaventura ressaltou que o Brasil carrega heranças históricas e culturais que dificultam a construção de uma mentalidade coletiva nas empresas. O passado rural, a gestão familiar e a industrialização tardia contribuíram para uma visão individualista, marcada pela posse e pela gestão intuitiva. “A cultura da empresa-máquina, centrada no controle, na hierarquia rígida e na desvalorização do humano, ainda influencia fortemente a forma como o trabalho é pensado”, afirmou.

Como alternativa, ele propôs a transição para o modelo de organização-organismo, em que todos os membros são vistos como partes interdependentes de um sistema vivo. Nessa perspectiva, cada colaborador, independentemente de sua função, exerce papel crucial no resultado final.

Márcio também utilizou uma metáfora marcante para ilustrar a necessidade de transformação estrutural nas empresas. “Como fazer uma organização funcionar como organismo, se o nosso esqueleto ainda é de metal? Estamos como o Homem de Lata, do ‘Mágico de Oz’: queremos ser humanos, queremos um coração. Mas só querer não basta. Precisamos de uma nova estrutura”, contextualizou.

Na conclusão, o palestrante provocou os participantes a repensar as estruturas, os processos e os critérios de liderança. Para ele, o futuro das organizações depende de gestores capazes de promover transformações reais, não apenas adotando ferramentas modernas sobre modelos antigos, mas redesenhando completamente o “corpo” das empresas, para que deixem de ser “homens de lata” e passem a funcionar como organismos vivos.

Finalizando a palestra, Márcio ressaltou que, no ambiente corporativo, os cargos são permanentes, mas as pessoas que os ocupam são transitórias. “Muitas vezes, o cargo nasce a partir das tarefas que a pessoa desempenha, e isso é um problema. O gestor, no modelo tradicional, não é preparado para liderar, mas sim para gerenciar, ou seja, para garantir que os resultados definidos pela alta liderança sejam alcançados”, concluiu.

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