Os benefícios da diversidade nas organizações
Estudos indicam inúmeros benefícios da diversidade para um ambiente criativo, inovador e rentável no mundo empresarial. O painel Diversidade e Inovação levou informação e reflexão profunda aos participantes da ExpoGestão 2022, em uma parceria com o grupo Mulheres do Brasil, que reúne mais de 100 mil mulheres em todo o país.
Bel Carvalho Pinto, vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Malwee, Annalisa Blando Dal Zotto, fundadora da ParMais e conselheira consultiva do Grupo MB, e Maria Fernanda Teixeira, presidente do Conselho de Administração da Pérola contaram suas experiências e debateram com propriedade sobre o tema mediadas por Ana Carla Fonseca, diretora de Conteúdo da ExpoGestão, fundadora e CCO da Garimpo de Soluções.
Maria Fernanda apresentou uma pesquisa que mostra que 3% das decisões de compra são tomadas pelo homem, 21% por ambos e o restante pela mulher. Esses números seriam suficientes para convencer as organizações a perceberem a importância da mulher nos postos decisórios. “A visão feminina é fundamental para o aumento dos resultados financeiros”, frisou.
Bel Carvalho explicou que olhares diferentes e complementares geram criatividade, motivação, inovação e, consequentemente, resultados. Annalisa aproveitou para explicar que as mulheres são capazes de trazer, de forma mais intensa, soluções assertivas, visão de longo prazo, exigência com carinho, olhar aconchegante, fatores fundamentais para a atração e retenção de talentos.
Na sequência, as painelistas falaram sobre os avanços conquistados. No início a luta era por justiça. Hoje as mulheres já conseguem provar que a diversidade é muito mais do que isso. Além de quebrar o machismo estrutural é necessário mostrar que a liderança diversa melhora o clima interno e gera resultados financeiros.
Bel Carvalho citou quatro passos para a mudança:
1 – Criar uma política de diversidade de acordo com a realidade da empresa
2 – Combater o preconceito, muitas vezes estrutural, incorporado na cultura pessoal e coletiva;
3 – Alinhar a cultura organizacional à diversidade, mobilizando e engajando a alta liderança; e
4 – Rever a linguagem, interna e externa.
As painelistas também mostraram que a sociedade, cada vez mais, está alinhada com os princípios ESG (Environmental, Social and Governance – ambiental, social e governança, em português) e, muitos consumidores, estão comprando apenas das chamadas ‘empresas do bem’.
Annalisa abordou ainda a questão da síndrome da impostora, em que a própria mulher tende a achar que tem menos capacidade do que realmente tem. Mas, quando ela se dá conta de seu real saber, sai dos bastidores e passa a ser protagonista de uma história vencedora.
Maria Fernanda contou que em suas promoções, muitas vezes, os homens tinham vergonha de falar que se reportavam a uma mulher. Esse é um paradigma que precisa ser discutido entre homens e mulheres. “Não adianta a gente ficar debatendo isso só em grupo de mulheres. Precisamos envolver a todos”, concluiu.
No final, ficaram algumas sugestões para as empresas colocarem em prática. Primeiro, dar transparência aos números e dados da empresa. Depois é necessário criar grupos ou comitês diversos para debater e estabelecer metas e, por fim, criar regras para estimular de forma prática a diversidade. Afinal, o mundo fica mais criativo e melhor de viver onde existe colaboração, olhares diferentes e complementares.