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Os desafios e os caminhos para a construção da indústria do amanhã

Com a certeza de que a indústria é e continuará sendo fundamental para o desenvolvimento da humanidade, a ExpoGestão reuniu lideranças industriais para um painel que apontou os caminhos para a construção da indústria do futuro.
No painel “O Futuro da Indústria” o presidente da FIESC, Mário Cezar de Aguiar afirmou que tem uma visão otimista da indústria. Citou números que mostram a relevância da indústria catarinense, a mais diversificada do Brasil, que participa com 27% da riqueza catarinense, com uma cultura intensa no comércio internacional, sendo um modelo para todo o Brasil. “Nosso principal mercado é o norte americano, seguido do europeu. Isso prova que nossa qualidade é excelente”, frisou.
Ao mesmo tempo, o Aguiar lembrou dos desafios nos campos da eficiência energética, transformação digital, inovação, saúde e bem-estar e sustentabilidade. E reforçou alguns aspectos que precisam ser trabalhados para que a indústria seja ainda mais competitiva: política industrial, reforma tributária e inserção mais forte no mercado internacional.
O diretor de Inovação e Competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, mediou o painel reforçando que o futuro da indústria é agora. Vale destacar que a indústria representa mais de 21% do PIB brasileiro, responde por 70% das exportações de bens e serviços, concentra quase 70% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento e é responsável por um terço dos tributos federais. “A melhor maneira de enfrentar o processo é aprender na prática com a própria indústria, aprender a conviver com o problema e aprender a superar os desafios com quem já está encontrando as soluções”, afirma Fiates.
Na continuidade, o diretor de montagem do BMW Group em Araquari,
Ricardo Santin, mostrou como uma multinacional se movimenta constantemente para estar na vanguarda, com uma produção eficiente, precisa e flexível, adotando economia circular e utilizando os recursos digitais e tecnológicos, sempre tendo as pessoas no centro dos processos. Para isso, a companhia investe em lideranças com atitude. Que sejam capazes de manter o equilíbrio entre ser visionário e realista, engajado e inspirador, resiliente e adaptável, humilde e confiante. Dessa forma, serão capazes de decidir, entregar, colaborar e empoderar.
O presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Moda da FIESC e CEO da Marisol, Giuliano Donini, destacou a importância da indústria da moda para Santa Catarina, setor que mais gera empregos no estado, com mais de 176 mil empregos e 9.179 empresas. Entretanto, explicou Donini, o setor ainda tem uma imagem negativa e uma produtividade baixa. O setor, inclusive, selecionou três pontos prioritários para serem trabalhados. A questão da mão de obra, a imagem e incentivos às micro e pequenas. Uma das soluções apontadas pelo empresário é a clusterização. Entre os aspectos que o dirigente indicou como caminhos para melhorias estão atratividade, internacionalização, integração da cadeia produtiva, sustentabilidade, tecnologia e inovação. “A criação de ecossistemas colaborativos, em que as empresas têm compartilhamento de conhecimento e boas práticas, estímulo à inovação e maior acesso ao mercado, contribui com a redução de custos, aumento de produtividade e economia em escala, gerando vantagens competitivas significativas”.
Por fim, o CEO da Tupy, Fernando de Rizzo, mostrou como a própria história da Tupy ilustra a necessidade de adaptação constante para se manter e continuar crescendo no mercado. Falou sobre a criação da Escola Técnica Tupy, em uma época em que a carência de mão de obra qualificada era uma necessidade e da construção do Centro de Pesquisa Tecnológica, nos anos 70, quando a companhia buscou os melhores engenheiros de materiais para desenvolver novas tecnologias e repassar conhecimento. Continuou explanando sobre a nova Tupy. “Precisamos continuar investindo em novas tecnologias, especialmente no campo energético”, disse. Citou três importantes projetos que a Tupy desenvolve com outros parceiros, como Embrapa e Primato. Juntos, estão trabalhando em usinas de produção de biogás, geradores de eletricidade e motores movidos a biometano, projeto que irá transformar a economia do agronegócio, acelerando a utilização de biocombustíveis e contribuindo para a descarbonização.