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14/10/2025

Pesquisa aponta que mulheres CEOs ficam menos tempo no cargo do que homens

Uma pesquisa global da consultoria Russell Reynolds revelou um dado alarmante sobre a desigualdade de gênero nas posições de comando: o mandato médio de uma mulher CEO é três anos mais curto que o de um homem no mesmo cargo.

Enquanto executivos permanecem, em média, oito anos na presidência de empresas de capital aberto, as executivas costumam deixar o posto após cinco. O levantamento, intitulado Índice Global de Rotatividade de CEOs, analisou 1.142 transições de liderança em 25 países, incluindo o Brasil, entre 2018 e 2024.

Os dados reforçam que, além de ainda representarem apenas 9% das novas nomeações para o cargo em 2025, as mulheres enfrentam maior instabilidade. O estudo indica que elas têm 33% mais chances de serem demitidas do que os homens. Entre as mulheres que deixaram o cargo, 32% saíram por decisão própria ou do conselho, enquanto entre os homens essa taxa foi de 24%.

A consultora Aline Benvengo Larangeira, porta-voz do estudo, destaca que a diferença não se explica apenas por desempenho: “Mesmo quando a empresa vai bem, o julgamento dos conselhos tende a ser mais rigoroso com as mulheres.”

Outro fator que acentua essa desigualdade é o acesso limitado das mulheres a cargos estratégicos, como CFO ou COO, que tradicionalmente servem de trampolim para a presidência. Como 76% dos CEOs são promovidos internamente, essa barreira reduz as oportunidades de ascensão feminina. Além disso, as mulheres tendem a sair do cargo por motivos ligados à sucessão planejada ou questões pessoais, estas últimas aparecem mais do que o dobro entre elas do que entre os homens, refletindo ainda a sobrecarga cultural com responsabilidades familiares.

Casos como o da executiva Cintia Moreira, CEO da Dengo Chocolates, ilustram o desafio. Após 25 anos de carreira, ela percebe que, embora os obstáculos sejam menos explícitos, as diferenças ainda se manifestam nas redes de relacionamento e nas expectativas sociais sobre o comportamento feminino na liderança. Já Patrícia Lima, fundadora e CEO da Simple Organic, afirma que criar o próprio negócio foi a forma de construir estabilidade em um mercado dominado por homens. Para ela, a mentoria entre mulheres é essencial para romper o ciclo de isolamento e insegurança que ainda afeta muitas líderes.

Ambas concordam que o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um dos pilares da permanência feminina no topo. No entanto, a desigualdade estrutural permanece evidente: enquanto a aposentadoria é o principal motivo de saída para 31% dos homens CEOs, a demissão ocupa o primeiro lugar entre as mulheres, com 32%. O dado sintetiza o retrato de um mercado que ainda cobra mais das mulheres no poder, e as recompensa com mandatos mais curtos e trajetórias mais desafiadoras.

FONTE: ESTADÃO

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