
Mark Zuckerberg está decidido a colocar a Meta na dianteira de uma nova era tecnológica: a da superinteligência artificial. Segundo o The New York Times, o CEO anunciou, em agosto, a quarta reestruturação da divisão de inteligência artificial em apenas seis meses. O objetivo é ambicioso: criar uma IA mais poderosa que qualquer mente humana.
A nova organização dividirá a Meta Superintelligence Labs (MSL) em quatro frentes: pesquisa básica, desenvolvimento de superinteligência, integração em produtos e infraestrutura. Fontes internas afirmam que a reformulação busca acelerar a construção de uma inteligência artificial geral (AGI), etapa intermediária no caminho para a superinteligência, e reforçar a posição da empresa na disputa com rivais como OpenAI e Google.
A superinteligência artificial (ASI, na sigla em inglês) ainda é um conceito hipotético. Trata-se de um sistema com capacidades cognitivas superiores às humanas, capaz de aprender, criar, raciocinar e tomar decisões sem as limitações da mente humana. Para chegar lá, é preciso primeiro desenvolver uma AGI, isto é, uma IA que aprenda e se adapte a diferentes contextos, como um ser humano.
Esse salto exigiria avanços em áreas como redes neurais complexas, computação neuromórfica, IA multissensorial, processamento de linguagem natural em escala massiva e até autoprogramação. Embora a ASI esteja distante, tecnologias atuais, como assistentes virtuais, IA generativa e carros autônomos, já apontam nessa direção.
Ambição e risco
Zuckerberg não tem medido esforços. Em junho de 2025, a Meta criou um laboratório exclusivo para a superinteligência e nomeou Alexandr Wang, da Scale AI, como novo chief AI officer. Também abriu os cofres para oferecer salários milionários a engenheiros de empresas concorrentes, alimentando uma verdadeira guerra de talentos no Vale do Silício.
A companhia deve investir até US$ 72 bilhões (R$ 394 bilhões) neste ano, grande parte em centros de dados e infraestrutura de IA. Nem todos os planos, no entanto, deram certo: o modelo “Behemoth”, antes principal aposta, foi descartado após testes decepcionantes. Agora, a Meta foca no desenvolvimento de um novo modelo fechado, em contraste com sua política anterior de abrir códigos ao público.
Potenciais ameaças da ASI
Defensores da superinteligência acreditam que ela pode resolver desafios complexos em saúde, finanças, ciência e mudanças climáticas. Uma ASI teria capacidade de analisar volumes gigantescos de dados e propor soluções além do alcance humano, revolucionando setores inteiros.
Por outro lado, os riscos são enormes. Especialistas alertam para os perigos de uma IA incontrolável ou mal utilizada, que pode agravar o desemprego tecnológico e gerar dilemas éticos profundos. Em cenários extremos, sistemas que escapem ao controle humano poderiam ameaçar valores sociais ou até mesmo a sobrevivência da humanidade.
FONTE: Portal 360 News