“A Condor surgiu em 1929, em meio a uma crise global, e já nasceu se reinventando.” O exemplo, tirado de casa, foi dado por Alexandre Wiggers, diretor-presidente da Condor, fabricante catarinense de produtos de higiene e limpeza, durante as “Conversas Essenciais” da Expogestão 2020. “Conversas Essenciais” são diálogos com alguns dos mais inspiradores CEOs do Brasil. Eles dão respostas a perguntas que todo executivo gostaria de fazer a quem tem por referência. O diretor da Condor foi bastante esclarecedor quanto à reinvenção dos líderes num momento em que o mercado se transforma.
Formado em Ciências Contábeis pela Univille, com pós-graduação em Finanças e MBA em Controladoria e Finanças pela FGV, especialização em Governança Corporativa pelo IBGC e MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral, Alexandre Wiggers está na Condor há 32 anos – os oito últimos como principal executivo. É membro do Conselho Deliberativo da Associação Empresarial de São Bento do Sul, diretor da Associação Brasileira de Fabricantes de Vassouras, Escovas e Pincéis e foi presidente da Expogestão em 2019.
A tal “reinvenção”, tão valiosa em qualquer tempo e em todos os setores da vida empresarial, se fez mais necessária ainda desde a deflagração da atual crise sanitária provocada pelo coronavírus. “A Condor – reforçou seu diretor-presidente – tem uma história de formar pessoas. Por isso, quando a crise começou, em meados de março, a empresa estava preparada. Havia suporte financeiro e o time soube se adaptar, estava capacitado para olhar pra fora e ver o que estava acontecendo em outros mercados.”
O foco inicial, acentuou, foi cuidar das pessoas. Criou-se um comitê de crise e a organização não sofreu com a pandemia. Pelo contrário: “A quarentena forçou as pessoas a ficar mais em casa, e os cuidados com higiene e limpeza acabaram sendo redobrados. E, importante para o nosso segmento, nosso principal canal varejista, os supermercados, nunca se fechou”.
Reacomodação e otimismo
A partir de agora, prevê o executivo, começará a haver um achatamento, até que o mercado se reacomode. “Mas somos otimistas quanto à situação de um modo geral, e esperamos manter resultados superiores aos de tempos pré-crise, pois muitos novos hábitos devem permanecer. Não são apenas as empresas que se reinventam, as pessoas também precisam se adaptar. Sofreu mais com a crise quem estava menos preparado.”
A Condor, detalha seu diretor-presidente, tem um processo de governança corporativa bem sólido. “Temos um Conselho Consultivo com grande participação nas decisões estratégicas. E as decisões do dia a dia são tomadas a partir de conversas frequentes com todo o time. Minha porta está sempre aberta, e temos no mínimo uma conversa semanal com cada área da empresa. A velocidade é importante, e as decisões estratégicas são compartilhadas com todos os setores.”
Concluindo a Conversa Essencial, Alexandre Wiggers deixa uma dica: “Toda empresa que investe em desenvolvimento e inovação deve, primeiro, investir na capacitação do seu time”.