
Joinville, no Norte catarinense, inaugurou no dia 30 de setembro a primeira Unidade de Recuperação Energética (URE) da América Latina, projetada para transformar resíduos sólidos urbanos não recicláveis em energia elétrica.
Segundo a prefeitura, a unidade tem capacidade para processar 110 toneladas de resíduos por dia, o que corresponde a cerca de 25% do total produzido na cidade. Antes destinados ao aterro sanitário, esses materiais agora passam por etapas de separação, trituração e secagem até se tornarem CBSI (composto biossintético industrial), matéria-prima utilizada na geração de energia limpa.
O projeto recebeu investimento de R$ 127 milhões da Ambiental, concessionária responsável pela coleta de lixo em Joinville, por meio da cobrança da Taxa de Limpeza Urbana.
A empresa destaca que, além de reduzir o envio de resíduos ao aterro, a URE contribui para a diminuição da emissão de metano, gás com efeito de aquecimento global mais potente que o CO₂. A energia produzida é suficiente para abastecer cerca de 7 mil residências.
Com a inauguração, Joinville assume a vanguarda tecnológica no tratamento de resíduos, tornando-se referência no continente. “Joinville se destaca pela inovação em diversas áreas e, agora, com o funcionamento da URE Joinville Ambiental, nos tornamos referência para a América Latina ao seguirmos o que há de mais tecnológico no mundo. Um investimento que deixa para a cidade um legado de preservação ambiental e cuidado com o futuro”, afirmou o prefeito Adriano Silva.
Entre os benefícios, está a ampliação da vida útil do atual aterro sanitário em 25%, prolongando sua capacidade de operação para até 25 anos. Estima-se que, em duas décadas, o volume de resíduos processado pela usina ocuparia o equivalente a 50 mil m² no aterro. “Quanto mais resíduos vierem para a URE, maior a vida útil do aterro. O caminhão que antes ia direto para o aterro agora vem para a usina, onde ocorre o processamento”, explicou Holdemar Alves, diretor-presidente da Ambiental.
Outro destaque é a geração de energia renovável: a unidade pode produzir 2.106 MWh por mês, evitando a emissão de aproximadamente 29 mil toneladas de CO₂ em comparação ao destino em aterro. “Essa URE é um modelo não só para Santa Catarina, mas para o Brasil”, reforçou a vice-governadora Marilisa Boehm durante a inauguração.