O Seminário Executivo Tecnologias Emergentes, da Expogestão 2025, reuniu dois especialistas: Maurício Gonzalez, da Veeam Software, e Ricardo Santana, da KPMG Brasil, que compartilharam reflexões impactantes sobre os rumos da transformação digital nas empresas.
Com auditório lotado, o evento contou com a participação de líderes e especialistas que abordaram os desafios e as oportunidades trazidas por inovações como inteligência artificial, cibersegurança, automação e análise de dados. As duas apresentações trouxeram à tona visões estratégicas sobre a construção de um futuro digital mais resiliente, seguro e ético.
Maurício Gonzalez, vice-presidente de vendas da Veeam para América Latina e Caribe, conduziu uma apresentação contundente sobre a maturidade da resiliência de dados nas organizações. Com dados alarmantes sobre o crescimento de ataques cibernéticos, especialmente os de ransomware, Gonzalez defendeu que proteger informações críticas vai muito além da tecnologia: requer planejamento estratégico, alinhamento entre áreas e preparo emocional das equipes. Ele também apresentou o Data Resilience Maturity Model, um framework baseado em pilares do NIST que permite avaliar o nível de preparo das empresas diante das ameaças digitais.
Durante sua fala, Gonzalez destacou que 92% das organizações não estão verdadeiramente preparadas para reagir a um ataque severo. A recuperação de dados e a continuidade dos negócios, segundo ele, só são possíveis com planos bem estruturados e integração entre infraestrutura, segurança e pessoas. “A verdadeira transformação começa quando a tecnologia deixa de ser suporte e passa a fazer parte do centro estratégico da empresa”, afirmou, reforçando o papel da TI como protagonista do crescimento empresarial.
Dentro da programação do seminário, Ricardo Santana, sócio-líder da KPMG para Inteligência Artificial e RPA, apresentou a palestra “A Arte do Possível com Inteligência Artificial”, na qual destacou como a IA está moldando novos modelos operacionais e redefinindo papéis dentro das organizações.
Com base em pesquisas nacionais e internacionais, Santana mostrou que as empresas brasileiras estão investindo cada vez mais em IA, mas ainda enfrentam desafios relacionados à privacidade, governança de dados e retorno sobre o investimento. Ele defendeu que a adoção bem-sucedida da IA exige confiança, clareza de benefícios e letramento digital das equipes.
Com um olhar pragmático, Santana compartilhou casos reais em que a IA foi aplicada com sucesso em áreas como finanças, compliance, atendimento ao cliente e desenvolvimento de sistemas. Em um dos exemplos, mostrou como a combinação entre IA generativa e machine learning tradicional permitiu melhorar drasticamente a precisão de previsões de mercado. “A IA já permite ganhos de até 30% em produtividade em várias funções”, destacou, enfatizando que a tecnologia não substitui profissionais, mas amplia capacidades e gera novas oportunidades.
As apresentações de Gonzalez e Santana enriqueceram o debate sobre o futuro dos negócios. O seminário destacou informações práticas, dados estratégicos e a convicção de que a tecnologia, quando bem implementada, é uma alavanca poderosa para agregar valor e garantir longevidade às organizações.