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19/11/2025

Ultraprocessados: quando a indústria supera a saúde

A revista científica The Lancet publicou uma nova e contundente série dedicada aos alimentos ultraprocessados (AUPs), consolidando evidências de que o avanço desses produtos representa uma ameaça urgente à saúde pública global.

Produzido por 43 especialistas internacionais, o conjunto de três artigos alerta para o crescimento acelerado do consumo de ultraprocessados e seus impactos profundos sobre a saúde humana, os sistemas alimentares e a economia política que sustenta o setor.

Os pesquisadores afirmam que o consumo elevado de AUPs está associado a danos em quase todos os sistemas do corpo humano. A série reúne uma revisão sistemática de 104 estudos, dos quais 92 apontam maior risco de doenças crônicas e mortalidade prematura. Entre as condições mais fortemente relacionadas estão obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e depressão. Para os especialistas, a consistência e a amplitude dos dados tornam a relação entre ultraprocessados e adoecimento um problema de saúde global incontornável.

A explicação para esses impactos vai além da má qualidade nutricional dos ultraprocessados. Os artigos destacam um conjunto de mecanismos biológicos que incluem baixa saciedade, consumo excessivo provocado por textura e palatabilidade, exposição a aditivos e contaminantes das embalagens, e até possíveis danos celulares e alterações na expressão gênica. Ao mesmo tempo, a proliferação de AUPs vem substituindo dietas tradicionais e alimentos frescos, reduzindo drasticamente a qualidade nutricional das refeições no mundo inteiro.

A série também aponta o papel central do poder corporativo na expansão dos ultraprocessados. Segundo os autores, estratégias de lobby, marketing agressivo e influência sobre políticas públicas têm sido barreiras significativas para regulações mais rígidas. Em muitos países, afirmam, o interesse econômico da indústria supera a proteção da saúde, retardando medidas que poderiam conter o avanço dos AUPs, especialmente entre crianças.

Diante desse cenário, os especialistas defendem ação imediata e global para limitar o consumo de ultraprocessados. Entre as recomendações estão impostos específicos, rótulos de advertência, restrição do marketing infantil e até a proibição de venda em instituições públicas.

A mensagem da série é clara: a ciência já produziu evidências suficientes; agora cabe aos governos transformar esse conhecimento em políticas que priorizem saúde, sustentabilidade e sistemas alimentares mais justos.

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