
O ano de 2026 está sendo apontado como o marco da monetização efetiva da inteligência artificial (IA), segundo especialistas do mercado de tecnologia. Depois de avanços rápidos e investimentos concentrados nas big techs, a expansão da infraestrutura e das aplicações práticas deve impulsionar uma nova onda de crescimento, agora mais distribuída entre empresas de diferentes portes e setores.
Projeções da Gartner indicam que os gastos globais com IA devem ultrapassar US$ 2 trilhões em 2026. O avanço será liderado pela incorporação da tecnologia em smartphones, PCs e sistemas corporativos essenciais. No entanto, o ritmo de adoção seguirá influenciado por fatores como ambiente regulatório, condições econômicas locais e a disponibilidade de profissionais qualificados.
Dan Ives, diretor-gerente da Wedbush Securities, destaca que a indústria está apenas no início dessa transformação. Para ele, 2026 representará o momento em que a IA passa a gerar retorno financeiro real: “A infraestrutura está pronta para abrir o caminho dos casos de uso, tanto para empresas quanto para consumidores”, afirma o analista, prevendo um ano otimista para o setor.
Relatório da Wedbush reforça essa expectativa ao observar que a demanda por soluções de IA vem acelerando nos últimos meses. A tendência é que o ritmo de implementação aumente à medida que companhias usuárias finais deixam o estágio de testes e começam a integrar a tecnologia em processos-chave.
Apesar do entusiasmo, analistas afastam a hipótese de que o mercado esteja vivendo uma bolha. Segundo eles, a adoção ainda é incipiente, e os líderes corporativos seguem avaliando cuidadosamente onde a IA pode gerar valor real e sustentável dentro de suas organizações.
Um estudo da Deloitte também aponta que o foco dos investimentos vai mudar: menos experimentação, mais execução. Isso significa priorizar tarefas estruturais, como governança de dados, integração a fluxos de trabalho e conformidade regulatória, para transformar capacidades técnicas já existentes em resultados mensuráveis de negócios. O recado das pesquisas é claro: 2026 será o ano em que a IA deixará de ser promessa e se tornará performance.