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A inteligência emocional a nosso favor

Ansiedade, estresse, medo, angústia, raiva, incerteza e tristeza. Estes foram alguns dos sentimentos, entre dezenas de outros, que se destacaram em rápida enquete promovida ao vivo, entre os participantes da Expogestão, pelo palestrante Carlos Aldan. A questão era: coloque o primeiro sentimento que te vem à mente, referente à pandemia. “Vejam como há predominância de sentimentos negativos. Como vencê-los? Com inteligência emocional”, ensina o palestrante, um especialista no assunto.

Formado em Antropologia, Sociologia e Ciências Políticas pelo Saint Olaf College (Estados Unidos), Carlos Aldan é master assessor em Inteligência Emocional (Estados Unidos) e com MBA pela Hull University (Inglaterra), é membro do Conselho Consultivo da Harvard Business Review e filiado ao Harvard Medical Hospital e ao Life Coaching Institute (Estados Unidos).

“Melhor do que ‘novo normal’, é chamarmos de ‘novo futuro de possibilidades’ o período já iniciado pela pandemia. As necessidades impostas pela crise abrem novas portas, com múltiplas possibilidades. E o líder desse novo futuro deve estar pronto para, além do autocuidado, dar apoio emocional à organização à qual pertence”, diz Aldan. O déficit emocional causado pelas consequências da pandemia – quarentena, doença na família, home office etc. – deve ser compensado com emoções positivas.

Otimismo equilibrado

Carlos Aldan cita o “paradoxo de Stockdale” para ilustrar o embate “déficit emocional x otimismo equilibrado”. O paradoxo é um conceito filosófico criado pelo autor norte-americano Jim Collins, baseado na história do almirante James Stockdale. A essência do paradoxo é o equilíbrio entre o realismo e o otimismo, que permite administrar a contradição entre ter fé em algo e enfrentar a dura realidade dos fatos. Ou seja: é um paradoxo sobre acreditar na superação ao mesmo tempo em que se admite o imenso desafio que terá de ser encarado.

“Otimismo equilibrado ou realista – reforça Aldan – é uma decisão inteligente na luta contra o déficit emocional.” Nessa luta, é importante dizer não a três sentimentos, em contraposição a outros. Personalização da crise x externalização (nem tudo é culpa sua; assuma responsabilidade, mas não se culpe por tudo). Permanente x impermanente (os sentimentos negativos vão diminuir com o tempo). Pervasivo (global/abrangente) x local/circunscrito (abandone a crença de que um evento afeta todas as áreas da sua vida).

Carlos Aldan responde à questão: como lidar com emoções negativas? “Primeiro, não tente brigar com elas. Acolha qualquer emoção, sem julgamento. Não negue nem se culpe.”

A segunda dica é: cuide do orçamento do seu corpo. “Se o corpo fosse uma instituição bancária, você deveria fazer depósitos na conta dele. Destaco cinco tipos de depósito: durma pelo menos sete horas por noite; tenha relacionamentos; demonstre gratidão; conte as bênçãos recebidas; dê e peça perdão.”

“Por fim, reprograme as emoções que te levam a comportamentos improdutivos. Não se trata de suprimir, mas de controlá-las, para que atuem a teu favor.”