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A saída da crise está na inteligência coletiva

Formar uma equipe em que impere a segurança psicológica nunca foi tão importante, principalmente quando se pensa em gestão e produtividade. A ideia é fazer com que os colaboradores libertem-se do medo de perder o emprego, de se arriscar, de contar suas ideias, de ser passados para trás. É preciso que o líder promova uma cultura de parceria, onde um colabora com o outro. Segundo o médico Roberto Aylmer, especialista em gestão no contexto complexo e no Burnout Executivo, a pressão em excesso e a competição interna na empresa podem destruir uma equipe.

Todo esse ambiente ruim de trabalho, conforme o especialista, tem muito a ver com o líder. Especialmente em um ano como o de 2020, em que a crise gerada pelo covid-19 estabeleceu um ambiente de estresse. Mais do que nunca, o fundamental é: líderes e colaboradores precisam manter a saúde emocional, para que a ansiedade, a depressão e a síndrome de burnout não sejam uma ameaça real. A prevenção? É o colaborador sentir que está seguro, amparado, que pode trabalhar sem medo. E promover esse ambiente depende muito do líder.

“O que tem matado as empresas não é a competição externa, o covid-19 ou o mercado. É o desperdício que acontece no dia a dia, à medida em que as pessoas não conseguem pensar que a competição está lá fora, e jogam a inteligência para competir internamente, para vencer o par”, destacou, em sua palestra na Expogestão 2020.

E o que o líder pode fazer para reduzir o medo e aumentar o engajamento da equipe? A proposta de Aylmer é: mão no pulso do colaborador, diálogo diário de segurança e menos pressão. Traduzindo: o líder deve ter presença sem medo (a equipe não pode temer o líder, tem de saber que ele vai ajudar a resolver as questões); precisa criar conexão ( fazer pergunta interessada para saber o que aconteceu e como pode ajudar); ouvir a equipe  com humildade e atenção; foco no positivo (porque isso reduz o medo e a expectativa de punição).

“Na crise, o líder deve ter honestidade total, comunicar com esperança, manter a humildade diante da incerteza. Nos dias de hoje, não cabe mais um líder brilhante, cheio de fãs. A inteligência hoje é distribuída no coletivo. Estamos juntos numa crise internacional, com medos, inseguranças e dificuldades, mas juntos é possível atravessar de uma outra maneira”, ressaltou.