Na ExpoGestão 2025, o painel “Lições de Ouro da Excelência Corporativa” reuniu nomes que são referência quando o assunto é gestão empresarial. Representando a ArcelorMittal, Sandro Sambaqui, Diretor da ArcelorMittal em Santa Catarina, dividiu espaço com o executivo Célio Valcanaia e o escritor e professor Luis Lobão para debater temas como conflito geracional, sucessão e uso consciente da tecnologia.
Com uma trajetória construída ao longo de 24 anos dentro da empresa, Sandro Sambaqui compartilhou experiências reais e profundas sobre gestão de pessoas, liderança, sucessão e a importância de preparar os jovens para o futuro da indústria.
O poder das escolhas e da escuta ativa
“Acredito demais nas escolhas que fazemos. São elas que traçam nosso destino”, afirmou Sandro logo no início de sua participação, ao relembrar sua entrada na ArcelorMittal, ainda em 2001, quando a unidade de São Francisco do Sul era apenas um projeto.
Mais do que narrar sua trajetória, ele ressaltou a importância da escuta ativa como ferramenta essencial para uma liderança de verdade. “Escutar dá trabalho, mas gera confiança. Quando o líder ouve seu time com atenção, ele se torna imbatível”, pontuou, reforçando que um líder não precisa ter todas as respostas, mas sim estar disposto a construir junto com o time.
Gerações diferentes, um só time
Um dos temas mais relevantes abordados por Sambaqui foi o relacionamento intergeracional nas empresas. Em um momento em que até quatro gerações podem coexistir no mesmo ambiente corporativo, a chave, segundo ele, é a harmonia e integração entre os diferentes perfis. “Jamais segregue gerações diferentes. Misture. Crie times com os mais experientes e os mais jovens. Assim, a troca acontece. E é uma troca poderosa”, destacou. Na ArcelorMittal, ele mesmo lidera equipes majoritariamente jovens. “Aprendo todos os dias com eles. Mas para isso, é preciso desapego, aceitar perguntas desconfortáveis e deixar a vaidade de lado”, completou.
Preparando o futuro: sucessão e formação de talentos
Sambaqui também abordou um ponto crucial para a perenidade das organizações: a sucessão. Para ele, líderes que não desenvolvem sucessores estão estagnados. “Eu só cresci quando perdi espaço. Quando desenvolvi sucessores prontos para assumir, fui desafiado com novas responsabilidades. Isso é o ciclo natural e saudável da liderança”, afirmou.
Nesse contexto, destacou a importância de identificar talentos, deixando claro que talento não é aquele que repete o líder, mas sim o que pensa diferente. “Se ele é igual a você, será um bom soldado. Mas não é isso que faz uma organização avançar.”
Essa visão está refletida na prática por meio de programas como o Sustentabilidade Técnica Júnior, promovido pela ArcelorMittal em parceria com o SENAI e SESI. O projeto forma jovens de escolas públicas de São Francisco do Sul, com idades entre 15 e 17 anos, em situação de vulnerabilidade social, oferecendo formação técnica e desenvolvimento de soft skills, com todo o investimento financiado pela empresa.
“O programa é um exemplo concreto da nossa visão de futuro: investir hoje em quem vai sustentar a indústria amanhã”, explicou o executivo, que também integra o conselho do SENAI-SC e defende a aproximação cada vez maior entre empresas e instituições de ensino.
Liderança é gostar de gente
Para finalizar, Sambaqui deixou um recado direto a quem deseja exercer a liderança: “Se você quer ser líder, precisa gostar de gente. Precisa estar presente, olhar nos olhos, resolver problemas reais. A liderança que não se conecta com as pessoas está fadada a ser isolada, distante e ineficaz.”
Na ExpoGestão, sua fala foi mais do que um relato de carreira — foi um chamado para uma liderança mais humana, estratégica e responsável. Uma liderança que, ao mesmo tempo que olha para o presente, prepara com dedicação os líderes do futuro.
