As reflexões de Fernando Ulrich sobre finanças, Bitcoin e nova ordem econômica
Futuro digital das finanças, reflexões sobre o Bitcoin, nova ordem econômica mundial no pós-pandemia, impactos da Guerra na Ucrânia no rearranjo da cadeia produtiva global.
Estes foram alguns dos temas analisados no Seminário Executivo Economia, Finanças & Negócios realizado durante a ExpoGestão 2022.
O encontro dirigido a empresários, presidentes, CEOs e CFOs foi conduzido pelo economista Fernando Ulrich, especialista em finanças corporativas, head de educação na Liberta Investimentos e que atuou como conselheiro da Casa da Moeda do Brasil.
O especialista acredita que o Bitcoin é a criptomoeda com mais potencial técnico, mais testada e mais robusta para ocupar espaço no futuro de um sistema financeiro mundial em constante mutação. Mas há desafios fundamentais, como segurança e privacidade.
“Ainda estamos tocando na superfície de onde podemos chegar. É apenas o início desta revolução tecnológica. O mais importante é olhar para onde este processo evolutivo está apontando, e não para o estágio em que está agora”, resumiu o autor do livro “Bitcoin – A Moeda na Era Digital”.
Novo contexto econômico
Em sua apresentação, o especialista também refletiu sobre o que classificou como um processo de desglobalização causado por fatores como pandemia, guerra na Ucrânia, gargalos na cadeia produtiva e disputas geopolíticas entre grandes potências mundiais.
“O mundo continua globalizado, mas é fundamental percebermos as forças que atuam no sentido oposto para tomarmos as melhores decisões nos negócios”, afirmou. Neste contexto, destacou as seguintes tendências e conceitos:
- Friendshoring, com alocação de unidades produtivas em jurisdições amigáveis, aliadas e vizinhas, além da redundância na cadeia de suprimentos;
- Segurança de fornecimento de suprimentos, em contraposição ao just in time;
- Segurança energética, investindo em redundância da matriz energética;
- Blocos regionais com países com a mesma visão de mundo.
Em relação às disputas geopolíticas entre grandes potências, Ulrich observa que a única certeza é de que o ambiente continuará turbulento. Neste contexto, ele vê oportunidades para o Brasil como melhor alternativa para o capital estrangeiro escolher como destino de investimento. “Os nossos desafios seguirão sendo os avanços em competitividade e produtividade”, concluiu.