“No ano de 2024, Santa Catarina conseguiu manter o dinamismo das exportações, apesar de alguns produtos relevantes na nossa pauta exportadora terem apresentado recuo, como a soja. Por outro lado, alguns segmentos como o de madeira e o de máquinas e equipamentos, que exportam produtos de maior valor agregado, tiveram um bom desempenho, especialmente nas vendas para os Estados Unidos”, explica o presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Mario Cezar de Aguiar.
De acordo com dados do Observatório FIESC, o setor madeireiro foi um dos destaques de 2024. Dois produtos alcançaram o maior crescimento entre os 20 primeiros: madeira MDF, com alta de 45,1% frente a 2023, seguido de madeira em forma, que cresceu 22,2%. Além disso, madeira serrada cresceu 9,4%, obras de carpintaria para construções apresentou aumento de 12,9%, e as vendas de madeira compensada obtiveram um incremento de 18,9% sobre 2023.
Para a presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante, a expectativa para 2025 é que seja um ano de continuidade no aumento das exportações e importações em Santa Catarina. “Nossas mercadorias estão alcançando novos mercados internacionais, com maior valor agregado. Por exemplo, antes o empresário exportava madeira bruta; agora, percebeu que pode obter maior rentabilidade ao comercializar móveis produzidos com essa madeira”, explica ela.
Nos últimos três anos, o comércio exterior catarinense apresentou crescimento contínuo. Comparando 2023 e 2024, as exportações do estado aumentaram 0,7%, atingindo US$ 11,6 bilhões em faturamento. Os principais responsáveis por esse desempenho foram o agronegócio, especialmente carne e soja, e os motores e geradores elétricos.
Os Estados Unidos lideraram como principal destino das exportações catarinenses, com US$ 1,74 bilhão em faturamento. Em seguida, vieram a China (US$ 1,27 bilhão), México (US$ 781 milhões), Argentina (US$ 750 milhões) e Japão (US$ 643 milhões).
O que chama a atenção é o México, que ultrapassou a Argentina como terceiro maior mercado consumidor de produtos catarinenses em 2024. Na opinião do secretário de Estado de Indústria, Comércio e Serviço, Silvio Dreveck, esse desempenho é resultado da “qualidade técnica, sanitária e da inovação” dos produtos catarinenses.
O papel do Programa de Internacionalização das Indústrias de Santa Catarina, desenvolvido pela FIESC, que inseriu 800 pequenas e médias empresas no mercado de exportação nos últimos anos, é citado por Maria Teresa Bustamante como fundamental neste processo de comércio exterior. “As empresas estão cada vez mais investindo em planejamento estratégico, e a exportação é uma alternativa promissora para levar seus produtos além das fronteiras”, afirma. A abertura de novos mercados internacionais é fundamental para impulsionar a economia, seja na produção local ou no destino final das mercadorias exportadas.
Segundo ela, essa situação afeta negativamente a economia, elevando os custos, alterando rotas de navios e gerando incertezas políticas e climáticas, além de atrasos no embarque e desembarque de contêineres.