Cenários voláteis exigem líderes conectados com pessoas
O ano de 2020 pode ser encarado como um grande teste para os líderes. A pandemia do coronavírus atingiu o mundo e transformou o dia a dia das pessoas e das organizações. Também expôs se líderes estão ou não preparados para lidar com crises e mercados voláteis. Para Gijs van Delft, CEO das empresas Michael Page, Page Personnel e Page Executive, toda essa situação evidenciou que muitos dos alicerces preconizados até há pouco já não se aplicam aos dias de hoje. O papel do líder mudou.
Em sua palestra no primeiro dia da Expogestão, van Delf destacou que, nos últimos anos, boa parte daquilo que sustentava os líderes nas empresas caiu por terra, porque mudou o tipo de relacionamento que o gestor precisa ter com as pessoas, e a volatilidade do mercado enfraqueceu a capacidade de tomar decisões baseadas em informações concretas.
Mas quais as características um bom líder deve ter? Diferentemente do passado, aquela pessoa que sabe tudo e tem todas as respostas, que está em outro patamar, não existe mais. Mas essa vulnerabilidade, explica van Delft, é positiva, pois mostrar de forma honesta que não tem todas as respostas conecta o líder a um lado mais humano. Aliás, conexão é uma palavra-chave nesta função.
Mais do nunca, um líder precisa ter empatia, para colocar as pessoas em primeiro lugar; dar bom exemplo, mostrando que pratica as coisas que prega; saber escutar, mostrando respeito e que gosta de aprender; ter inteligência emocional para se manter estável; ter otimismo para passar boas energias; ter capacidade criatividade para buscar alternativa (com a equipe. Não deve fazer isso sozinho); e precisa também olhar para fora, ter foco no cliente.
“Construir confiança e respeito tem a ver com comunicação, abertura e com transparência. Essa sensação de segurança traz engajamento, com mais produtividade e alta performance”, acredita. Para o especialista, hoje, mais do que nunca, é preciso ter conexão forte com o time, e fazer com ele tenha essa conexão com o propósito da empresa. “Isso faz muita diferença no engajamento e na busca por resultados. Eu acredito que, em momentos de dificuldades, existem muitas oportunidades. E uma característica do líder é ter otimismo e enxergá-las junto com a equipe, buscando novos caminhos. Isso é crucial”, avaliou.