Como a TNS usa a nanotecnologia para inovar e construir um futuro melhor
A inovação pode estar nos mínimos detalhes. No caso da TNS, nos nanodetalhes. Com soluções carregadas de propósito, a empresa de Santa Catarina, fundada em Florianópolis, oferece soluções ao mercado B2B baseadas em química sustentável, com tecnologias que impactam diretamente a sociedade, promovendo saúde e bem-estar.
“A indústria produz o que o mercado demanda. Agora, a consciência das pessoas em como utilizar tais produtos é o desafio do próximo século”, alerta Gabriel de Freitas Nunes, diretor geral da TNS. Para ele, o uso consciente de químicos pode nos fornecer um futuro muito saudável, longevo, com bem-estar. “Sem a química e a biotecnologia nós não teríamos dado nem o primeiro passo atrás da vacina da Covid-19”, destaca o engenheiro.
A TNS também deu a sua contribuição inovadora no combate à Covid-19. No ano passado, foi a primeira empresa das Américas a criar um aditivo antiviral para aplicação nas indústrias. A inovação garantiu mais segurança ao consumidor final, mas também uma alternativa para as indústrias acompanharem a inovação e se reinventarem na pandemia.
Mesmo focada no B2B, a inspiração da TNS está lá na frente, na vida das pessoas. Para Gabriel, inovação é o caminho para ganhar novos mercados e novos clientes, mas também de mostrar como a química sustentável pode contribuir para um futuro melhor.
Confira a entrevista com Gabriel sobre o processo inovador da TNS, a pandemia e os primeiros passos para criar um ambiente inovador na sua empresa.
Propósito da TNS
A TNS é uma empresa focada em se manter na vanguarda da tecnologia limpa. Uma das ferramentas com a qual atuamos diariamente é a nanotecnologia, apesar dela não ser a única. Nosso principal foco é contribuir com a sociedade em áreas de saúde e bem-estar. Estamos focados no mercado B2B, entregando para indústrias matérias-primas com o que há de melhor na química sustentável.
Sempre nos posicionamos como vanguardistas, lançando e pensando em produtos que sejam atemporais, para que a gente consiga de fato sair na frente para que estas soluções se perpetuem. Não podemos resolver um problema e criar outro. Como estamos focados no B2B, a gente consegue ver a sociedade no final tendo acesso às entregas que os nossos produtos vêm promovendo e também a vantagem para as indústrias.
Estrutura da empresa
Hoje nós estamos na casa de 40 colaboradores, mas a expectativa é de que a gente termine o ano com 50. Toda a nossa produção é terceirizada. Se fossemos uma indústria “normal”, precisaríamos de pelo menos mais 10 ou 15 pessoas só para o nosso setor produtivo. Somos muito focados em desenvolvimento tecnológico e em como levar isso até o mercado. O nosso time já conta com sete pessoas com título de doutorado e alguns mestres. Mais de 95% dos colaboradores possuem alguma graduação.
Hoje já exportamos para mais de 18 países e estamos divididos em três grandes verticais. A vertical Chem, que deriva de chemistry, onde nós interagimos com grande parte dos nossos clientes, que são as indústrias B2B, indústrias voltadas ao mercado têxtil, tintas, polímeros e cerâmicos.
A vertical Agro, que é onde nós atuamos focados no agronegócio, na fertilização foliar e produtos de controle microbiológico.
E a nossa mais nova vertical, Care – personal care e home care – com produtos com apelo ainda mais verde e relacionados ao bem-estar.
Crescimento
Crescemos mais do que o projetado no ano passado. Criamos três parâmetros: o nosso orçado, a meta anual e o nosso desafio (uma meta mais ousada). Batemos nossa meta anual em julho, em setembro, superamos o nosso desafio de faturamento. Nosso crescimento do ano passado foi acima de 300%. No primeiro bimestre deste ano, nossas exportações aumentaram 97% em relação ao ano passado. E no último triênio, o crescimento da TNS foi de 517%.
Pandemia
A demanda de produtos químicos não para de crescer. A TNS foi a primeira empresa das Américas a lançar no ano passado uma solução antiviral para o mercado B2B, o Protec-20. De abril a julho, chegaram pedidos do mundo inteiro querendo ter acesso ao nosso produto e à nossa tecnologia. O Protec 20 foi a primeira matéria-prima antiviral disponível no mercado. Nós iniciamos no mercado têxtil, depois evoluímos para outros mercados, como o mercado de polímeros e tintas. Inúmeras empresas no Brasil e no mundo fizeram uso da nossa tecnologia e ainda fazem. Com certeza a pandemia abriu os olhos das pessoas de uma maneira em geral para que elas vissem o real valor de um produto químico.
Processo de inovação dentro da TNS
Desde o início da TNS focamos em um modelo de gestão em que todas as áreas se baseiam em um modelo de uma startup enxuta. Não necessariamente somente o nosso time técnico tem a prerrogativa de inovar, de fazer algo diferente, mas todos os colaboradores são avaliados frente a quanto eles agregam no que tange a inovação para a empresa.
Inclusive, os três principais valores para uma pessoa ser selecionada pela TNS são: senso de urgência, trabalho em equipe e inovação. Mensalmente, enxergamos melhorias em diferentes áreas da empresa, principalmente por esta gestão da TNS focada em valorizar o espírito inovador e fortalecer isso nas pessoas. Para isso, a gente se permite errar, julgar cada vez menos, para que as pessoas proponham essas melhorias.
Quando a inovação envolve projeto e mercado, temos uma ferramenta interna de avaliação de oportunidade de negócio para avaliar se isso de fato faz sentido ou não. Nossa linha de produção é terceirizada e temos o time de planejamento e controle de produção, os engenheiros responsáveis, mas eles estão mais focados em melhorar o que nós já temos e não só fazer mais do mesmo.
Participação de terceiros no processo de inovação
A grande maioria dos nossos processos de inovação, para não dizer todos, nascem e crescem aqui dentro. Nós temos um forte relacionamento com a rede Senai e um forte relacionamento com a Embrapa, mas quem mais nos demanda para buscar algo diferente são nossos clientes. Eles demandam novos produtos, demandam melhorias,
Assim, criamos esse ecossistema junto com nossos clientes. Eles são o nosso elo mais importante para que a gente consiga inovar e não inventar, criar algo com um público já determinado.
Inovação no dia a dia da TNS
No dia a dia, temos os nossos grupos de trabalho. Mesmo em época de home office, não tem como fugir de reuniões. Por isso, é preciso se comunicar com muita clareza e da melhor maneira possível. Nosso canal de comunicação entre o comercial e o time técnico é muito próximo. Ambos os gerentes têm autonomia para criar essas demandas junto com os clientes e montar uma proposta a partir da nossa ferramenta interna de avaliação de oportunidades.
O projeto pode passar por uma pré-aprovação. Trimestralmente voltamos a analisar o projeto ou até mesmo rever o orçamento. No ano passado, nos permitimos três vezes no ano rever o orçamento.
A primeira vez foi antes da pandemia, quando percebemos que tudo isso iria acontecer. Elaboramos um plano de ação sobre onde iríamos fazer investimentos, onde não iríamos. Logo após nos consolidarmos com a primeira solução antiviral da América, sentamos novamente e definimos um novo orçamento específico para a pandemia, e no último trimestre, com um outro cenário de empresa, nós já começamos a executar o plano de contratação e investimentos para que ele gerasse resultados em 2021. O resultado é que a gente continua crescendo.
Cases inovadores
Duas soluções são muito marcantes para nós: o antiviral Protec-20 e as soluções para o agronegócio. Com a pandemia, nosso time se uniu muito e avaliou que era a hora de nós, de fato, fazermos algo para a sociedade. Foi muito gratificante ouvir dos nossos clientes a seguinte frase: a nossa fábrica estava parada porque não tínhamos o que produzir. Quando lançamos a tecnologia antiviral da TNS junto com a nossa fábrica, os pedidos foram retomados e nós começamos a produzir novamente. Isso nos marcou muito.
Quanto às aplicações no agro, quando um cliente usa o nosso produto de acordo com a recomendação, ele pode ter um aumento de 20 a 30% na produtividade. Quando ele termina a colheita e manda um vídeo pra gente e mostra isso, de fato, de alguma maneira, a gente está contribuindo para reduzir a fome no mundo.
Os maiores produtores de filtros, purificadores de água são nossos clientes diretos e indiretos. Com isso, a gente permite que pessoas bebam água potável nos lugares mais remotos, graças à nossa tecnologia.
Setores e tendências que estão influenciando a inovação no setor
É notável que os nossos avós tinham lavoura em casa. E muitas das soluções daquela época eram utilizar micro-organismos para melhorar a plantação. Muitos batiam insetos com água no liquidificador para pulverizar nas plantas. Eles não sabiam o porquê, mas sabiam que funcionava.
O que aprendemos com isso na ótica atual? Um dos grandes booms de agro dos próximos dez anos certamente é a agricultura orgânica ou a agricultura sustentável. O Brasil, de fato, é o celeiro do mundo e continuará sendo por uns bons anos.
É uma posição de orgulho para todos os brasileiros a quantidade que produzimos com tanta qualidade. Porém, o Brasil também está no topo dos países que mais consomem agroquímicos. E muitos dos nossos agroquímicos já foram banidos e na Europa e na América do Norte. E mais de 70% desse grande volume de agroquímicos são importados, não são produzidos aqui.
As pessoas estão mais informadas sobre os agrotóxicos nos alimentos, o que impulsiona um mercado de clientes que buscam entregar soluções mais naturais a esse consumidor. A base de micro e nanotecnologia, como química verde, e uma boa parte a base de microbiológicos ou micro-organismos.
Hoje o mercado sintetiza bactérias em laboratório. A TNS atua protegendo essas bactérias para que ele possa usar 100% delas, e não 30%. Esse movimento de usar produtos vivos, seguros para o ser humano e que podem ser eficazes contra grandes pragas na lavoura, certamente é uma forte tendência, ainda mais com a demanda por alimentos no mundo duplicando a cada década.
Principais desafios de inovação para a TNS
Nossa vertical mais estruturada, é a CHEM, que hoje basicamente sustenta a empresa. Para os próximos anos precisamos trazer para este mesmo patamar as outras duas verticais, que hoje são demandas globais, o agronegócio e o personal Care.
Nosso principal desafio é continuar desenvolvendo tecnologias fáceis para a indústria, preconizadas com química verde, ou com química sustentável. A indústria produz o que o mercado demanda, agora, a consciência das pessoas em como utilizar tais produtos, daí sim é o desafio do próximo século.
A diferença de um remédio e de um veneno nem sempre está na composição, e sim na dosagem. O uso consciente de químicos pode nos fornecer um futuro muito saudável, longevo, com bem-estar. Sem a química e a biotecnologia nós não teríamos dado nem o primeiro passo atrás da vacina da Covid-19.
O nosso desafio é tirar essa imagem pregada no passado como negativo da indústria química e fortalecer que indústrias responsáveis podem de fato contribuir para um futuro cada vez melhor das pessoas.
Incorporando uma gestão inovadora – por onde começar
Primeiro de tudo, o gestor precisa olhar para o próprio umbigo e reconhecer as pessoas dentro da sua empresa. Em segundo lugar, ouvir o próprio cliente, as dores do cliente. E em conjunto, com transparência, investimento, sendo realista, sabendo que nada é pra ontem, fazer as suas apostas. Invista em multimercados; não invista em um único mercado. A partir daí, a inovação acontece naturalmente.
Com pessoas engajadas e clientes demandantes de tecnologia, o resultado vem. Se não tiver inovação, não tem dinheiro novo na empresa. É a inovação que permite a uma empresa ganhar novos mercados, novos clientes e novas margens. Quando começamos a olhar para o nosso time interno com mais atenção e evoluímos no ranking do Great Place to Work, nossos resultados acompanharam isso. Aposte em pessoas, na sua equipe e seus stakeholders valorizando os clientes que apostam e acreditam em você.