Para trazer informações e reflexões sobre este tema, a ExpoGestão 2023 realizou o Seminário Executivo Tecnologias Emergentes, Estratégias de Negócios e Inteligência Artificial, que reuniu mais de uma centena de lideranças empresariais. Os palestrantes abordaram os impactos que plataformas exponenciais como BlockChain, Biotecnologia, Ciência dos Materiais, Internet das Coisas, Impressora 3D, Computação Quântica, Robótica e Inteligência Artificial para a sociedade e os negócios, a importância do 5G para viabilizar novas tecnologias e os desafios da Cibersegurança para as empresas.
“Temos que mudar o mindset fixo para um mindset de crescimento. E para isso os executivos precisam escutar, ter humildade e empatia”, destaca David Espíndola – consultor, empresário e estrategista – ressaltando um dos grandes dilemas das companhias inovadoras: é preciso canibalizar o negócio atual que ainda está dando lucro para nos concentrar em oportunidades ainda não comprovadas?
O consultor exemplificou como a Disney lidou com esta questão. “A empresa tinha todos os conteúdos digitais na plataforma Netflix, com bom lucro, mas entendeu que para acompanhar o crescimento exponencial das plataformas de streaming tinha que contar com a sua própria plataforma. Criou então o Disney Plus, obtendo renda significativa e redirecionando seu negócio para tornar-se distribuidor de conteúdo direto para o consumidor, sem intermediários.”
David enfatizou que os executivos precisam ter coragem e ousadia para tomar decisões difíceis que podem trazer muitos benefícios. “A Inteligência Artificial é a plataforma que vai trazer as mudanças mais profundas para os negócios e a vida. Pesquisa da KPMG apontou investimento de US$ 160 bilhões em 2021 e projetou que este número deve alcançar US$ 230 bilhões em 2025. Os recursos não estão apenas nas grandes corporações; mais de US$ 12 bilhões foram destinados para startups.”
Quando se fala nesta tecnologia, o destaque é o ChatGPT, que conquistou um milhão de usuários em 5 dias – número que a Netflix levou três anos e meio para alcançar. Pesquisa da Mckinsey sobre expectativas dos executivos com Inteligência Artificial indica que a maioria dos profissionais de Supply Chain acredita que a IA vai reduzir os custos da área em 10%; profissionais de Marketing e Vendas projetam um aumento das vendas em 5%.
A mais conhecida ferramenta de Inteligência Artificial tem sido aplicada em diversas áreas do mundo corporativo: automatização do atendimento a clientes; apoio ao recrutamento, seleção e treinamento; manufatura; armazenamento, embalagem e distribuição de produtos; pesquisa; vendas e marketing.
André Postovsky – Sales Team Lead na Darktrace Brasil – abordou os desafios de Cibersegurança e como a Inteligência Artificial pode ajudar a enfrentá-los para que o negócio não seja impactado. “Existe um consenso dos especialistas de segurança de que é preciso prevenir e detectar ameaças antes que se tornem ataques; ataques antes que se tornem violações; violações antes que se tornem crise”, disse.
Diante de um ecossistema complexo, que integra muitos locais, pessoas e redes, é importante utilizar o Machine Learning para fazer a gestão da Cibersegurança. A tecnologia possibilita conhecer melhor o negócio e seu normal, compreendendo o padrão de cada usuário e processo, para que os profissionais de tecnologia tenham capacidade de perceber e reagir quando identificarem uma anomalia.
“Fizemos um estudo com uma empresa que tinha 1.900 dispositivos conectados em rede e identificamos um volume de tráfego diário de 5 terabites para serem monitorados. Se a empresa não está enxergando todo o tráfego que acontece em sua rede fica mais vulnerável”, afirmou o especialista, explicando que é preciso monitorar a tecnologia em tempo real para entregar uma resposta imediata a qualquer ameaça ao negócio.
Márcio Kanamaru – Sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações na KPMG no Brasil encerrou as apresentações do Seminário Executivo, destacando a importância da implantação do 5G para viabilizar o uso das diversas tecnologias que vão transformar os negócios. “O 5G foi desenvolvido para conectar coisas de forma simultânea e com grande velocidade”, ressaltou. Kanamaru deu alguns exemplos de como diversos segmentos devem ser impactados, destacou que para acelerar a inovação as empresas precisam dar espaço para a experimentação, a integração dos times e o desenvolvimento de ecossistemas e concluiu com uma reflexão sobre o futuro: “Não existe tecnologia funcionando sozinha sem talentos, sem pessoas. Não viveremos em uma sociedade somente com robôs.”