
A confiança do consumidor brasileiro voltou a subir em outubro, registrando o segundo mês consecutivo de alta, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) no final do mês de outubro. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 1,0 ponto no mês, atingindo 88,5 pontos, reflexo direto de uma visão mais positiva sobre o cenário atual e as expectativas para os próximos meses.
De acordo com Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE, o movimento consolida uma trajetória de recuperação iniciada em março, após um período de perdas no fim de 2024. “A segunda alta consecutiva da confiança do consumidor consolida a recuperação gradativa do indicador. O resultado foi impulsionado pela melhora da percepção sobre o presente e das expectativas futuras, além de ter sido notadamente influenciado pela alta da confiança das famílias de menor renda”, explicou.
Os dois subindicadores que compõem o índice também apresentaram avanço em outubro. O Índice de Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE) cresceram 1,0 ponto cada, alcançando 83,0 e 92,8 pontos, respectivamente. Entre os quesitos avaliados, o indicador de situação econômica local atual teve aumento de 2,3 pontos, para 95,5, enquanto o indicador de situação econômica futura avançou 2,3 pontos, chegando a 106,9 pontos, o maior patamar desde outubro de 2024.
Para a FGV, o resultado reflete um consumidor menos pessimista, amparado pela manutenção do emprego e da renda e pela queda consistente da inflação nos últimos meses. Ainda assim, fatores como inadimplência elevada e juros altos seguem limitando uma recuperação mais robusta da confiança. “Essas condições impedem um avanço mais expressivo, mas já indicam melhora na percepção de estabilidade econômica”, avaliou Gouveia.
O levantamento da FGV ocorre em um momento de política monetária mais cautelosa. Com a taxa Selic mantida em 15%, o Banco Central anunciou que entra agora em uma nova fase, mantendo os juros inalterados por um período prolongado para assegurar o cumprimento da meta de inflação. O cenário reforça a expectativa de que, caso a tendência de estabilidade se mantenha, o otimismo do consumidor poderá continuar crescendo nos próximos meses.