Grandes executivos sofrem de um mal: a solidão do poder. E eles têm encontrado nos conselhos o suporte necessário para a tomada de decisão. A estratégia utilizada por conselheiros experientes para sobreviver à pandemia da Covid-19 foi um dos temas da Expogestão 2020. Marcos Grasso, da Cacau Show, Iberchem e Tok&Stok; Ernesto Heinzelmann, Porto de Itapoá, Condor e Rôgga; e Andrea Baril, da Hering e Docol, participaram do painel de conselheiros, mediados por Luis Lobão, professor de estratégia e governança corporativa.
A experiência vivida com clientes na Ásia e na Europa permitiu que Marcos ampliasse sua visão da crise para além do Brasil. E um dos aprendizados internacionais foi unânime: é preciso ter formas mais eficientes e inteligentes para o abastecimento. “Os gestores avaliaram toda a cadeia, refletindo sobre o que poderia ser internalizado, protegendo e beneficiando inclusive a própria nação”, contou.
O environmental, social and corporate governance – ESG, traduzido do inglês como governança ambiental, social e corporativa, também pautou os conselhos em 2020. “Intensificamos o olhar para o entorno. Se o ambiente é melhor, a chance de a companhia crescer também é maior”, validou Ernesto, acrescentando que esse será um caminho longo num Brasil socialmente desigual. O mercado de capitais também já está valorizando as empresas que atuam nesses conceitos, com uma série de fundos de investimentos exclusivamente ESG. É o investidor, aquele que tem o capital, pressionando a mudança de fora para dentro.
O ano de 2020 ficou marcado por inúmeras mudanças de rota. O planejamento estratégico continua sendo o mapa que guiará as empresas para o presente e futuro, mesmo que precise ser revisto ao longo do caminho. “A crise também trouxe muitas oportunidades, enquanto a criatividade trará novos negócios”, relembrou Andrea. Nesse período, sua atuação nos conselhos da Hering e Docol ficou ainda mais próxima, compartilhando decisões e oferecendo a agilidade necessária que a crise exigia.
