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É preciso ser “adaptágil”

O neologismo foi criado pelo professor Luis Lobão, e é autoexplicativo: adaptabilidade e agilidade são os requisitos essenciais nestes tempos de mudança, em que a digitalização se expande rapidamente pelo mundo. Especialista em Governança Corporativa e Estratégia Empresarial com ênfase em crescimento, o professor Lobão acaba de lançar o livro “Agile Strategy Management – Uma Nova Estratégia Empresarial”, com coautoria de Rodrigo Peter Schilling. Consultor e palestrante internacional, Lobão participou da Expogestão 2021, apresentando a palestra “Adaptágil: uma estratégia ágil e adaptativa”.

“Vivemos – acentuou o professor – um momento bastante peculiar, com grandes velocidades e rápidas mudanças. Não dá mais tempo de falar ‘adaptativo e ágil’, por isso falamos ‘adaptágil’.”

A estratégia de adaptabilidade e agilidade diz respeito tanto à organização como ao ambiente: “Uma premissa básica para se pensar a estratégia diz respeito à possibilidade de separar a organização do ambiente. A organização usa a estratégia para lidar com a mudança nos ambientes. Pensar estrategicamente implica em prever as mudanças antes que se tornem óbvias demais”.

A pandemia mudou permanentemente a maneira como as empresas devem pensar sobre a estratégia de negócios. Diz o professor Lobão: “A essência da estratégia é fazer escolhas entre alternativas de negócios, visando maximizar resultados desejados. Decidir onde aplicar recursos limitados (dinheiro, gente, tempo) disponíveis ou mobilizáveis. Na essência, é decidir sobre investimentos”.

O mundo está se tornando digital

A digitalização da economia cria a chamada “economia exponencial”: é uma mudança de economia de escassez para abundância, com o fator tecnologia fazendo a diferença. Entra em cena um tipo novo de consumidor, chamado “prossumidor”. Ele também produz, faz coisas como microenergia em casa, vídeos e produções nas redes sociais.

“Na economia exponencial – prossegue o professor – falamos do uso da tecnologia, incrementando o processo de digitalização. Por exemplo: faço parte do Conselho de uma empresa comercial, onde digitalizamos a segurança. Antes tínhamos várias câmeras de vídeo e uma equipe monitorando as telas. Hoje temos inteligência artificial, que detecta os movimentos e segue um possível caso suspeito.”

A digitalização trouxe três avanços: desmaterialização, desmonetização e democratização. “Numa economia exponencial é vital que as empresas obtenham a produtividade extrema: uso dos ativos tecnológicos nos processos produtivos, tornando-os extremamente enxutos. E todo o crescimento das organizações deve acontecer com custo fixo, tendendo a zero.”

O mundo está se tornando digital. Consumidores estão se digitalizando e querem personalização, customização e autonomia. A automatização vai além do ambiente fabril, chega ao trabalho intelectual, com uso principalmente da IA: realidade virtual, biologia digital e sensores convergem com impressão 3D, blockchain, computação quântica e redes globais com velocidades medidas em gigabits.

O desafio de desvendar o futuro

“Agora – enfatiza o professor Lobão – entra a competência de criar cenários possíveis para o futuro. E a partir daí construir o nosso projeto estratégico.” O pensamento estratégico evolui: na origem, era a estratégia competitiva (vencer a concorrência); seguiu para inovação de valor (criar uma proposta de valor irresistível: menor custo, maior valor para o cliente); inovação no modelo de negócio (responder mais rápido às necessidades dos clientes); estratégia como design; e agora, a inovação disruptiva (velocidade, trajetória estável de crescimento, adaptabilidade).

“Uma organização adaptágil – conclui o palestrante – é baseada em três pilares: adaptabilidade estratégica, liderança ágil e governança robusta.”

As palestras da ExpoGestão 2021 acontecem de forma online. O evento acorre até o dia 21 de outubro, por meio do site da ExpoGestão. A organização é da Ópera Eventos Corporativos.