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Em toda crise há uma oportunidade de melhoria e aprendizado

Presidente da Rôgga Empreendimentos, Vilson Buss compartilhou suas experiências em gestão e liderança no “Conversas Essenciais”, uma das novidades da Expogestão Digital 2020. Líder catarinense em inovação no seu segmento e uma das 50 maiores construtoras do país de acordo com o ranking da Engenharia Brasileira 2020, a Rôgga fez grandes lançamentos neste ano, registrou crescimento nas vendas durante a pandemia e tem planos de expansão.

De acordo com o empresário, entre os fatores para o sucesso – mesmo diante de circunstâncias menos favoráveis para a economia, como foi o ano de 2020 para grande parte do setor produtivo brasileiro – estão o planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo, líderes e gestores alinhados ao negócio, métodos e processos que permitam a continuidade das operações mesmo em períodos críticos e colaboradores em sinergia com a cultura e os propósitos da empresa.

“Quando há métodos e processos bem definidos, o dia a dia flui e as lideranças podem voltar sua energia às estratégias para o enfrentamento de uma crise, por exemplo. Além disso, no caso da Rôgga, posso afirmar que o principal fator para superar a fase mais crítica e garantir os bons resultados foram as pessoas, somado à disciplina, à nossa capacidade de tomada rápida de decisão e adaptação à nova realidade”, avalia.

Otimista por natureza, Buss enxerga oportunidades em toda crise. “As crises são cíclicas e o mundo sempre melhora depois delas, porque há muitos aprendizados a cada dificuldade. É sempre uma chance de transformação”, diz.

Logo após a declaração de pandemia e os decretos que impediram eventos e aglomerações, a Rôgga adaptou sua rotina e passou a fazer a entrega das obras (com assembleias de condomínio) e lançamento de empreendimentos de forma virtual. As vendas online também ganharam fôlego. “A forma como nos relacionamos e fazemos negócios sofreu grandes impactos, mas algumas mudanças vieram para ficar e podemos dizer que são melhorias definitivas”, avalia.

Em virtude do perfil do negócio, do volume de obras em andamento e das variáveis do mercado, a Rôgga conta com um Comitê Permanente de Crise. Com a pandemia, a empresa reforçou a atuação do grupo nas áreas de gestão de pessoas e financeira – dois pontos sensíveis para toda empresa, segundo Buss.

Sobre crises futuras – pós-pandemia –, Vilson Buss diz que todo empresário deve estar preparado para situações adversas, mas prefere pensar nas oportunidades. No Brasil, a demanda habitacional represada gira em torno de 7 milhões de moradias – e a cada ano, são mais 1,5 milhão de novas moradias que se fazem necessárias no país. “Precisamos com urgência da aprovação das reformas, mas com as quedas na taxa de juros já conseguimos ver um cenário promissor para a economia e para a construção civil”, avalia.

No quesito qualidade de vida, inovação e novos conceitos habitacionais, continua o presidente da Rôgga, as mudanças são constantes, mas o processo foi acelerado pela pandemia. “O fato de terem sido forçadas a ficar mais tempo dentro de casa – em função do isolamento social – fez com que as pessoas olhassem de forma mais atenta às suas residências. Espaços para home office, mais conforto, mais automação e tecnologia são itens que passaram a chamar a atenção dos consumidores. Segundo o IBGE, 70% de quem compra uma casa própria no Brasil, compra apenas uma vez na vida. Então, as pessoas precisam comprar o melhor produto com o orçamento disponível”, pondera o empresário, dizendo que baseada no propósito de melhorar o habitat humano, a Rôgga aprimora cada nova geração de empreendimento lançado.

Ainda que seja uma sociedade anônima (S/A) de capital fechado, a construtora mantém sua gestão totalmente profissional, com quatro diretorias, conselho consultivo e auditorias externas. A operação descentralizada, comenta Buss, também ameniza a “solidão” inerente à atividade dos CEOs e da qual se queixam muitos executivos. “A responsabilidade do presidente de qualquer empresa é imensa, mas na Rôgga conseguimos atenuar a sensação de que estamos sozinhos na jornada com o compartilhamento das decisões.”

Sobre os desafios da liderança, Vilson Buss aconselha: “É preciso sonhar grande. Sonhar grande ou pequeno ‘custa’ a mesma coisa. Também é preciso trabalhar duro. Nada vem com pouco esforço. Ter disciplina é outro ponto fundamental, inclusive para que o time entenda a cultura, o propósito, a visão e os valores da empresa. É difícil crescer sem entender o caminho que se quer trilhar.”