Que a Inteligência Artificial (IA) está cada vez mais presente nas operações empresariais, revolucionando a produtividade e redefinindo a dinâmica no mercado de trabalho não há o que contestar. Mas enquanto a IA se torna uma força dominante em diversos setores, surge uma questão crucial: onde fica o papel das pessoas nesse futuro? A Inteligência Social desponta como um diferencial, destacando a capacidade de interação, adaptabilidade e tomada de decisões intuitivas que ainda são exclusivas dos seres humanos.
Na palestra TRANSFORMAÇÃO DIGITAL – As novas fronteiras da IA e os desafios para os CEOs, Gustavo Araújo, que é Co-founder & CIO do Distrito, apresentou aos C-levels que participaram de mais uma Jornada de Conhecimento da Expogestão, um panorama sobre o uso da Inteligência Artificial no mundo empresarial, enfatizando seu impacto em diversas indústrias. O palestrante abordou a experiência do Distrito, um hub de inovação que investe em IA para impulsionar a produtividade e otimizar processos, como em desenvolvimentos de software, análise de contratos e atendimento ao cliente. Exemplos incluem a criação de agentes de IA para executar tarefas complexas e automação em áreas como bancos e seguradoras, onde processos antes manuais agora são realizados com eficiência por agentes virtuais.
Focado em estratégias de governança e educação em IA, o Distrito fomenta um ambiente onde humanos e máquinas trabalham lado a lado. Um exemplo claro disso é a adoção de IA por desenvolvedores de softwares, que, com essa tecnologia, triplicaram sua produtividade. A mudança foi tão significativa que atualmente programar sem o auxílio da IA tornou-se impensável, abrindo portas para novas possibilidades criativas e inovadoras e demonstrando o impacto positivo dessa sinergia.
A Inteligência Artificial também mudou a forma como se analisa a performance em diversas áreas. No mercado jurídico, por exemplo, advogados que utilizam IA conseguem examinar contratos com maior velocidade e precisão. Isso não apenas melhora a eficiência, mas também amplia a qualidade do trabalho, permitindo que esses profissionais se concentrem em atividades mais estratégicas. O mesmo fenômeno ocorre em setores como finanças e vendas, onde o uso de IA possibilita decisões mais embasadas e eficientes, trazendo resultados impressionantes.
Capital humano acelerado por IA
Apesar dos avanços notáveis da IA, ainda é a Inteligência Social que se destaca na capacidade de construir relações e de adaptar-se a contextos complexos. Mesmo em interações com sistemas avançados de IA, são as habilidades interpessoais dos humanos que fazem a diferença na experiência do cliente. Estudos demonstram que clientes respondem melhor a um atendimento com empatia e compreensão, características que, até agora, IA não consegue emular.
A questão não está em substituir as pessoas, mas sim em potencializá-las com a IA permitindo que sejam mais rápidas, precisas e eficientes. Empresas ao redor do mundo já perceberam que, embora a Inteligência Artificial aumente a produtividade, o elemento humano ainda é essencial para manter a autenticidade e a inovação.
É por isso que empresas que buscam um diferencial competitivo no mercado estão investindo em programas de desenvolvimento da Inteligência Social em conjunto com a IA. Essa combinação é poderosa e transformadora: enquanto a Inteligência Artificial cuida do processamento e análise de grandes volumes de dados, a Inteligência Social permite que os colaboradores façam o uso mais estratégico e inovador dessas informações.
É inegável que a Inteligência Artificial está transformando o ambiente empresarial, permitindo automação, otimização de recursos e transformação de modelos de negócios. Mas ela também apresenta desafios, como a escassez de profissionais qualificados e preocupações éticas. Exige uma adaptação cultural nas empresas, com a criação de estratégias para adoção e governança da IA, e uma transformação significativa nos fluxos de trabalho e nas metas de eficiência organizacional para maximizar o impacto desta tecnologia no ambiente corporativo.
A combinação de Inteligência Artificial com Inteligência Social torna o capital humano acelerado pela IA uma vantagem competitiva inestimável. Cabe às empresas e seus líderes avaliar como essa tecnologia pode agregar valor de maneira prática e sustentável, identificando onde projetos podem falhar, especialmente com o advento da IA generativa, e aprendendo com exemplos de sucesso.
É sobre essa sinergia entre Inteligência Artificial e Inteligência Social que o futuro das empresas será definido.