
Com 700 cooperativas dedicadas ao crédito, a tendência é que o setor continue crescendo diante dos altos juros. Essas cooperativas têm ampliado cada vez mais o acesso ao crédito para pessoas que antes nem sequer conseguiam abrir conta em um banco. Segundo o diretor-presidente da Federação Nacional das Cooperativas de Crédito (FNCC), Ivo Lara Rodrigues, atualmente essas cooperativas são instituições financeiras regulamentadas e fiscalizadas pelo Banco Central, mas se diferenciam das instituições tradicionais por terem uma proposta de inclusão financeira mais efetiva.
“Com um perfil diferente, o cooperativismo vem crescendo e deve continuar nesse ritmo, pois ganha força justamente em momentos de maior estresse do mercado financeiro, como o provocado pela alta dos juros. Isso porque os cooperados não são clientes, são sócios”, explica ele. Além disso, as cooperativas têm expandido suas carteiras de crédito.
De acordo com o Banco Central, atualmente as cooperativas estão presentes em 57% dos municípios brasileiros. O número de cooperados — que são, ao mesmo tempo, donos e clientes — chega a 17,3 milhões, incluindo pessoas físicas e jurídicas. “E neste ano, o crescimento continua, ainda mais com a Selic a 13,25% ao ano”, destaca o executivo da FNCC.
Uma estratégia cada vez mais utilizada para mitigar os impactos da inadimplência nas cooperativas de crédito é a venda de carteiras de crédito inadimplente. Em 2024, as cooperativas aceleraram esse processo, movimentando R$ 800 milhões em cessão de créditos não performados (NPL), um aumento expressivo em relação a 2019, quando apenas R$ 100 milhões foram cedidos.
FONTE: Infomoney – 04-03-25