Marketing: saiba por que o substantivo sucesso se transformou no verbo sucessando
Que o mundo passa por uma fase de mudanças drásticas e rápidas, todos sabem. Como enfrentar essas transformações, acompanhando a velocidade exponencial? A Expogestão 2024 foi buscar respostas, trazendo profissionais que encaram esses desafios no seu cotidiano. O Seminário Executivo de Marketing e Vendas teve palestra de Christiane Cruz Citrângulo, CMO da Neogrid, com o tema “Digitalização da relação entre marcas e consumidores”, e um painel abordando a constante adaptação exigida às marcas do futuro. Mediado por Samanta Tassotti, diretora executiva da Exit Marcas Vivas, o painel contou com a experiência de Romeo Busarello, da StartSe; Romael Soso, CEO da Portobello Shop e Luana Leite, CMO do Grupo Koch.
Christiane Cruz abordou a digitalização da relação entre marcas e consumidores, destacando a dificuldade em falar com tantas gerações diferentes. “A gente vê que a geração mais nova, Alpha, é menor no Brasil do que no mundo. A população, aqui, está envelhecendo. Como fazer a captura dessa geração prateada, sem deixar de lado o frescor dos mais novos? E quando a gente olha na geração Z, fala de outra tendência, de um insight em que 19% do tempo livre é gasto com jogos.”
Para Chris, é necessário abrir a cabeça e entender o que está acontecendo com os jovens, para poder aproveitar a tecnologia e o comportamento a favor das marcas. “Hoje em dia uma campanha pode viralizar de forma completamente diferente do que imaginamos ao criá-la.” As redes sociais promovem uma mistura muito grande: “Estou vendo TV e pego o QR Code e já faço a compra também. E aí o comércio está em toda parte. A gente tem que estar preparada para isso e entender como os clientes gastam tempo também”.
Sucesso é verbo transitivo
Romeo Busarello provocou a memória: “Se você perguntar o que eu fazia até 2012, 2013, eu não me recordo mais, tamanha foi a quantidade de transformações na minha carreira. As escolas viraram empresas e as empresas viraram escolas. A escola não é mais o único lugar em que você aprende, e as empresas não são mais o único lugar em que você trabalha”.
Tudo resultado dos desafios colocados pela transformação digital e pela inovação. Como encará-los? “Conectar-se mais, sair de ambientes ordinários, conhecer pessoas extraordinárias, conhecer locais novos… Porque a inteligência do grupo é mais inteligente do que o mais inteligente do grupo. O gênio pensando acabou-se.” Por fim, “…o sucesso não é mais um substantivo, é um verbo transitivo. Nós estamos apenas ‘sucessando’. Quantas empresas maravilhosas estão quebradas? Por quê? Porque encaram o sucesso como substantivo.
Mais do que uma fábrica de revestimentos cerâmicos, uma empresa de design e inovação. É desse modo que a Portobello se identifica, segundo Romael Soso. “O grande diferencial nosso como empresa e como marca sempre foi uma escolha estratégica que se desdobra na execução. Somos obcecados por design, arquitetura, inovação. A gente educa os nossos parceiros. Para isso criamos a Comunidade Portobello Mais, envolvendo os atores que fazem parte do nosso negócio, como os profissionais de arquitetura e design, nossos clientes.”
Os consumidores não querem mais se relacionar com uma entidade; querem dialogar de igual para igual. “Fazer uma marca, sair do mundo teórico e vir para o mundo real, o mundo prático da execução e da construção coletiva. É impossível construir sozinho. E a marca Portobello é construída coletivamente. Então, é um convite também para nós, profissionais de marketing, olhar para a marca empregadora como algo tão valioso como a própria marca.”
Automatizar, para fidelizar
O Grupo Koch é hoje o décimo maior varejista alimentar do Brasil, com 10 mil funcionários e faturamento próximo de 10 bilhões de reais. Foi um crescimento rápido, baseado em expansão e em construção de marca, segundo a CMO Luana Leite. “Trabalhamos focando no funil de vendas, para reter clientes e fidelizar, e para isso contamos com ferramentas táticas, sendo uma iniciativa recente a automatização do marketing. Trouxemos a inteligência artificial para o negócio.”
Outra ação do grupo é a renovação das lojas físicas, especialmente após a pandemia, período em que lojas ficaram vazias e se viu a efervescência do e-commerce. “Agora – diz Luana – precisamos atrair o consumidor ao mundo físico, ressignificar a loja, criando um vínculo emocional. Se o cliente se sentir à vontade na loja, mais ele gasta e vem mais vezes.”